Avaliação do risco de sarcopenia em pacientes diabéticos tipo 2

Autores

  • Juliane Ramos Costa Lima Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Hospital das Clínicas de Pernambuco. Recife, PE, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-0370-5690
  • Maria Conceição Chaves de Lemos Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Nutrição. Recife, PE, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-0370-5690
  • Fabiana Cristina Lima da Silva Pastich Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente. Recife, PE, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-0275-6392
  • Laiana Hamana Lopes de Brito Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Hospital das Clínicas de Pernambuco. Recife, PE, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-9950-1854

DOI:

https://doi.org/10.12957/demetra.2024.73598

Resumo

Introdução: Diabéticos podem apresentar perda de força e massa muscular de forma acentuada. Assim, as triagens SARC-F e SARC-CALF são úteis na investigação do risco de sarcopenia. Objetivo: Associar o risco de sarcopenia em pacientes diabéticos com as variáveis sociodemográficas, econômicas, clínicas, antropométricas e de estilo de vida. Método: Estudo do tipo série de casos realizado com adultos diabéticos tipo 2, de ambos os sexos, com idade entre 20 e 59 anos. A avaliação do risco de sarcopenia se deu pela aplicação dos questionários SARC-F e SARC-CALF. Para caracterização da amostra e associação com o risco de sarcopenia, foram coletados dados sociodemográficos e econômicos, medidas antropométricas, condições clínicas e estilo de vida. Resultados: A amostra foi composta por 69 pacientes, com média de idade de 53±7,5 anos e maior proporção de mulheres (63,8%; IC95%: 50,7-75,4). A frequência do risco positivo para sarcopenia segundo o SARC-F e o SARC-CALF foi de 43,48% e 46,38%, respectivamente. O SARC-F não mostrou associação significativa com as variáveis estudadas; já o SARC-CALF associou-se com índice de massa corporal (p <0,001), circunferência da cintura (p <0,001) e hábito de fumar (p = 0,027). Conclusão: O risco de sarcopenia foi observado em aproximadamente metade dos pacientes avaliados. O instrumento SARC-CALF apresentou associação com as variáveis antropométricas e o hábito de fumar, podendo ser considerado satisfatório para avaliar o risco de sarcopenia e intervir de forma precoce e efetiva.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Juliane Ramos Costa Lima, Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Hospital das Clínicas de Pernambuco. Recife, PE, Brasil.

Especialista em Nutrição Clínica, Hospital das Clínicas de Pernambuco, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil

Maria Conceição Chaves de Lemos, Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Nutrição. Recife, PE, Brasil.

Doutora em Nutrição, Departamento de Nutrição, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife-, PE, Brasil.

Fabiana Cristina Lima da Silva Pastich, Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente. Recife, PE, Brasil.

Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil.

Laiana Hamana Lopes de Brito, Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Hospital das Clínicas de Pernambuco. Recife, PE, Brasil.

Especialista em Nutrição Clínica, Hospital das Clínicas de Pernambuco, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil

Referências

REFERÊNCIAS

Cruz-Jentoft AJ, Baeyenns JP, Bauer JM, Boirie Y, Cederholm T, Francesco Landi F. et al. Writing Group for the European Working Group on Sarcopenia in Older People 2 (EWGSOP2), and the Extended Group for EWGSOP2. Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis. Age and ageing. 2019;48(1):16-31. https://doi.org/10.1093/ageing/afy169.

Pontes VDCB.Sarcopenia: rastreio, diagnóstico e manejo clínico. Journal of Hospital Sciences. 2º de setembro de 2022;2(1):4-14. [Acesso 18 nov 2022]. Disponível em: https://jhsc.emnuvens.com.br/revista/article/view/32

Cruz-Jentoft AJ, Baeyens JP, Bauer JM Boirie Y, Cederholm T, Francesco Landi F et al. Sarcopenia: European consensus on definition and diagnosis: report of the European working group on sarcopenia in older people. Age Ageing 2010;39:412–23.

Sarodnik C, Bours, SPG, Schaper NC, Van Den Bergh JP, Van Geel, TACM. The risks of sarcopenia, falls and fractures in patients with type 2 diabetes mellitus. Maturitas. 2018;109:70-77. https://doi.org/10.1016/j.maturitas.2017.12.011

Malmstrom TK, Miller DK, Simonsick EM, Ferrucci L, Morley JE. SARC-F: a symptom score to predict persons with sarcopenia at risk for poor functional outcomes. J Cachexia Sarcopenia Muscle. 2016;7(1):28-36.

https://doi.org/10.1002/jcsm.12048

Krzymińska-Siemaszko R, Deskur-Śmielecka E, Kaluźniak-Szymanowska A, Lewandowicz M, Wieczorowska-Tobis K. Comparison of Diagnostic Performance of SARC-F and Its Two Modified Versions (SARC-CalF and SARC-F+EBM) in Community-Dwelling Older Adults from Poland. Clinical Interventions Aging. 2020;15:583-594. https://doi.org/10.2147/CIA.S250508

Barbosa-Silva TG, Menezes AMB, Bielemann RM, Malmstrom TK, Gonzalez MC. Enhancing SARC-F: Improving Sarcopenia Screening in the Clinical Practice. J Am Med Dir Assoc. 2016;17(12):1136-41. https://doi.org/10.1016/j.jamda.2016.08.004

Cristaldo MRA, Guandalini VR, Faria SDO, Spexoto MCB. Screening the risk of sarcopenia in adults aged 50 years or older hospitalized. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. 2021;24(2):e210016.

https://doi.org/10.1590/1981-22562021024.210016pub-date

Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020: gestão biênio 2018-2019. Clannad Editora Científica, 2019. [Acesso 18 Nov 2022]. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5730478/mod_resource/content/0/Diretrizes-SBD-2019-2020.pdf

Lohman TG, Roche AF, Martorell R. Anthropometric standardization reference manual. [Sem local]: Human Kinetics Books; 1988.

World Health Organization. Physical Status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: World Health Organization; 1995. (WHO Technical Report Series, n. 854)

World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva: World Health Organization; 2000, 894;1-253.

Matsudo S, Araújo T, Matsudo V, Andrade D, Andrade E, Oliveira C, et al. Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2001;6(2):5-12 [citado 18 nov 2022];

Dsponível em: file:///C:/Users/windows%2010/Downloads/josecazuzajunior,+Gerente+da+revista,+213.pdf

Silva MAD, Sousa AGMR, Schargodsky, H. Risk factors for acute myocardial infarction in Brazil (FRICAS study). Arquivos brasileiros de cardiologia, 1998;71(5),667-675.

https://doi.org/10.1590/S0066-782X1998001100005

Xu Z, Zhang P, Chen Y, Jiang J, Zhou Z, Zhu H. Comparing SARC-CalF With SARC-F for Screening Sarcopenia in Adults With Type 2 Diabetes Mellitus. Frontiers in Nutrition. 2022;9:803924. https://doi.org/10.3389/fnut.2022.803924

Peixoto LG, Barbosa CD, Nahas PC, Rossato, LT, Oliveira EP. A circunferência da panturrilha está associada com a massa muscular de indivíduos hospitalizados. Rev Bras Nutr Clin 2016;31(2):167-71

Geraci A, Calvani R, Ferri E, Marzetti E, Arosio B,Cesari M. Sarcopenia and menopause: the role of estradiol. Frontiers in Endocrinology. 2021;12:682012. https://doi.org/10.3389/fendo.2021.682012

Kim MJ, YabushitaN,Tanaka K. Exploring effective items of physical function in slow walking speed and self‐reported mobility limitation in community‐dwelling older adults. Geriatrics & gerontology international, 2012;12(1), 50-58.

https://doi.org/10.1111/j.1447-0594.2011.00726.x

Wilson D, Jackson T, SapeyE,Lord JM. Frailty and sarcopenia: the potential role of an aged immune system. Ageing research reviews, 2017;36:1-10. https://doi.org/10.1016/j.arr.2017.01.006

Machado A, Vieira MCU. Impacto de fatores socioeconômicos na funcionalidade da pessoa idosa portadora de condições crônicas.Rev Enfermagem UFSM. 2015;5(1):81-91. https://doi.org/10.5902/2179769213703

Torres MRS, Oliveira LB, Peixoto MI. Associação entre sarcopenia e história de fraturas em pacientes com diabetes tipo 2. Medicina (Ribeirão Preto). 2020;53(4):389-397.

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v53i4p389-397

Umegaki H. Sarcopenia and frailty in older patients with diabetes mellitus. Geriatrics & gerontology international. 2016;16(3):293-299. https://doi.org/10.1111/ggi.12688.

Dionyssiotis Y,Kapsokoulou A, Samlidi E, Angoules AG, Papathanasiou J, Chronopoulos E, et al. Sarcopenia: from definition to treatment. Hormones. 2017;16:429–439. https://doi.org/10.14310/horm.2002.1764

Dionyssiotis Y, Athanassiou P, Papathanasiou J, Efstathopoulos E, Prokopidis K, Trovas G, Kostoglou-Athanassiou I et al. Sarcopenia in patients with diabetes mellitus. Folia medica. 2022;64(4):596-601. https://doi.org/ 10.3897/folmed.64.e63530

Rossi AP; Rubele S, Zamboni M. Sarcopenic Obesity. In: Nutrition and Skeletal Muscle. Academic Press. 2019;83-92.

https://doi.org/10.1016/B978-0-12-810422-4.00006-3

Oliveira NC, Miraglia F, Tadini FSM, Filippin LI. Sarcopenia e estado nutricional de idosos residentes em uma comunidade no sul do brasil. Estud interdisciplinar envelhec . 2021;25(2).

https://doi.org/10.22456/2316-2171.93453

Dutra MT, Leite MM, Gadelha AB. Atividade física, diabetes mellitus e obesidade sarcopênica em uma comunidade urbana do distrito federal. In: Educação Física e Ciências do Esporte: Uma Abordagem Interdisciplinar – Volume 2. 1ª edição. Editora Científica Digital; 2020:8293.

https://doi.org/ 10.37885/201202389

Zamboni M , Macchi F, Nori N, Rossi AP. Sarcopenic obesity. Sarcopenia, 2021:147-156. https://doi.org/ 10.1002/9781119597896.ch12

Ahn H, Kim DW, Ko Y, Ha J, Shin YB, Lee J, et al. Updated systematic review and meta-analysis on diagnostic issues and the prognostic impact of myosteatosis: A new paradigm beyond sarcopenia. Ageing Res Rev. 2021;70:101398. https://doi.org/10.1016/j.arr.2021.10139

Aleixo GFP, Yu H, Chen YT, Nyrop KA, Louie RJ, Deal AM, et al. Myosteatosis evaluation using erector spinae and psoas muscles to predict adverse events during adjuvant chemotherapy for breast cancer. Breast Cancer Res Treat. 2021;186(2):487-495.

https://doi.org/10.1007/s10549-020-06061-y

Santos VR, Araujo MYC, Cardoso MR, Batista VC, Christofaro DGD,Gobbo LA. Association of insufficient physical activity with sarcopenia and sarcopenic obesity in individuals aged 50 years or more. Revista de Nutrição.2017;30(2):175-184.

https://doi.org/10.1590/1678-98652017000200003

Barbosa‐Silva TG, Bielemann RM, Gonzalez MC, Menezes AMB. Prevalence of sarcopenia among community‐dwelling elderly of a medium‐sized South American city: results of the COMO VAI? study. Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle. 2016;7(2):136-143. https://doi.org/10.1002/jcsm.12049

Rom O, Kaisari S, Aizenbud D, Reznick AZ. Lifestyle and sarcopenia-etiology, prevention, and treatment. Rambam Maimonides Med. J. 2012;3(4):E0024. https://doi.org/10.5041/RMMJ.10091.

Confortini SC, Ono LM, Barbosa AR, D’Orsi E. Sarcopenia e sua associação com mudanças nos fatores socioeconômicos, comportamentais e de saúde: Estudo EpiFloripa Idoso. Cad Saúde Pública. 2018;34(12).

https://doi.org/10.1590/0102-311x00164917

Castillo EM, Goodman-Gruen D, Kritz-Silverstein D, Morton DJ, Wingard DL, Barrett-Connor E. Sarcopenia in elderly men and women: the Rancho Bernardo study. American journal of preventive medicine. 2003;25(3):226-231. https://doi.org/10.1016/S0749-3797(03)00197-1

Szulc P, Duboeuf F, Marchand F, Delmas PD. Hormonal and lifestyle determinants of appendicular skeletal muscle mass in men: the MINOS study. The American journal of clinical nutrition. 2004;80(2):496-503.

https://doi.org/10.1093/ajcn/80.2.496

Kok MO, Hoekstra T, Twisk JW. The longitudinal relation between smoking and muscle strength in healthy adults. European addiction research. 2012;18(2):70-75. https://doi.org/10.1159/000333600

Publicado

2024-03-31

Como Citar

Costa Lima, J. R., de Lemos, M. C. C. de L., Lima da Silva Pastich, F. C., & Hamana Lopes de Brito, L. (2024). Avaliação do risco de sarcopenia em pacientes diabéticos tipo 2. DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde, 19, e73598. https://doi.org/10.12957/demetra.2024.73598

Edição

Seção

Nutrição Clínica