criar os sentidos da terra: o respiro natural da comunidade de investigação

Autores

  • valentina roversi Università degli studi di Padova
  • alessandra cavallo Università degli studi di Padova
  • daniel barenco mello contage Universidade di Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

DOI:

https://doi.org/10.12957/childphilo.2022.66131

Palavras-chave:

filosofia para crianças, natureza, reciprocidade, passividade, invisibilidade.

Resumo

 

A terra é a imagem arquetípica da origem da humanidade, mas ao longo da história da cultura ocidental deu lugar a outras alegorias mais celestiais. A Iluminação como paradigma do conhecimento se consolidou no pensamento filosófico ocidental de forma bastante convincente como produção de sentidos. Por meio dessa releitura da primeira metafísica grega, o pensamento foi se distanciando gradativamente de sua materialidade, de sua humanidade, da possibilidade de admirar o mundo concreto, aproximando-se cada vez mais da necessidade de criar objetos abstratos, que, como limites éticos, políticos, estéticos e epistemológicos, acabamos reencontrando em nossas vidas. A visibilidade parece ser a base de um habitus mental ocidental: reconhecimento, oficialidade, legitimidade e certeza tornam-se sinais visíveis com os quais comparar e validar as próprias experiências. A terra, como elemento menos transparente, com maior capacidade de ocultar, ocultar, criptografar, representa entretanto uma imagem mais adequada ao plano de discussão que se propõe neste texto. A relação com a realidade, em termos de visibilidade e invisibilidade, exige uma nova percepção do mundo: a estrutura subjacente já não assume um nível transcendente, mas é entendida como um plano de imanência, em que o sentido é interior, produzido por composições; um amálgama de redes que se entrelaçam em um plano subterrâneo imperceptível, invisível. O que propomos aqui não é uma perspectiva vertical, mas horizontal como o solo. É a partir desse pensamento terreno que queremos refletir sobre o que acontece na filosofia e na infância; na filosofia com a infância e na infância da filosofia. Na presente tentativa de uma ecofilosofia da educação, o plano de discussão exige um afastamento das imagens norteadoras com as quais aprendemos a orientar a pesquisa. A intenção da seguinte investigação é procurar outro tipo de mapa: uma espécie de cartografia subterrânea, que presta atenção não ao que nos é dado ver, que tem nomes e categorias bem definidas, mas ao que está oculto e habita um plano terreno, lamacento, indistinguível e absolutamente vivo. De acordo com o modelo lipmaniano de Filosofia para Crianças, serão examinados os processos subterrâneos e rizomáticos da comunidade de pesquisa, comparando-os a outros movimentos coletivos que caracterizam as comunidades vegetais das plantas que habitam o mundo natural. Por fim, serão ilustrados três conceitos considerados relevantes para escapar dos limites encontrados em algumas posturas pedagógicas contemporâneas, sugerindo outros caminhos na relação entre filosofia, infância e educação: reciprocidade, passividade e invisibilidade.

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Biografia do Autor

valentina roversi, Università degli studi di Padova

Laureata in Filosofia (Università degli studi di Padova), Teacher Educator di Philosophy for Children e facilitatrice esperta nelle comunità di dialogo filosofico. Collabora con il Corso di Alta Formazione in Philosophy for Children (Università degli studi di Padova) con il ruolo di tutor d’aula e segreteria didattica . Negli ultimi anni ha direzionato la sua ricerca sull'educazione in natura e le pratiche di dialogo in comunità di ricerca in luoghi naturali e vegetali.

alessandra cavallo, Università degli studi di Padova

Tutor organizzatrice Corso di Laurea Magistrale Scienze della Formazione Primaria, PhD in Scienze Pedagogiche dell’Educazione e della Formazione presso l'Università degli studi di Padova (Italia). Teacher Educator di Philosophy for Children, da anni collabora con il Corso di Alta Formazione in Philosophy for Children dell'Università degli studi di Padova, con il ruolo di coach per le comunità di ricerca e referente per l’esperienza di tirocinio diretto. La sua indagine è recentemente sintonizzata sull'elemento collaborativo all'interno delle comunità di ricerca e d'indagine, con particolare attenzione all'intreccio tra piacevolezza e fare insieme.

daniel barenco mello contage, Universidade di Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Laureato in Filosofia presso l'Università Federale di Rio de Janeiro, Master e Dottorando in Educazione presso l'Università Statale di Rio de Janeiro. Svolge attività di ricerca con il Centro Studi Filosofia e Infanzia (NEFI/UERJ) e più recentemente, in un progetto legato all'Università degli studi di Padova (Italia). Attualmente, il suo principale focus di ricerca è il rapporto tra filosofia, educazione, movimento cioò che è- in queste relazioni e nel mondo- nascosto.

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Publicado

2022-11-28

Como Citar

ROVERSI, Valentina; CAVALLO, Alessandra; BARENCO MELLO CONTAGE, Daniel. criar os sentidos da terra: o respiro natural da comunidade de investigação. childhood & philosophy, Rio de Janeiro, v. 18, p. 01–23, 2022. DOI: 10.12957/childphilo.2022.66131. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/66131. Acesso em: 1 maio. 2025.

Edição

Seção

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