a criança, a literatura, e a filosofia
Palavras-chave:
enfance, philosophie pour enfants, curriculumResumo
Não há idade para fazer perguntas filosóficas e, desde muito cedo, diante do espanto perante o mundo, as crianças perguntam sobre a vida, a morte e as relações humanas. A criança seria por excelência aquele que, nas palavras de Deleuze, faz de "idiota" e levanta a questão do por que e da essência das coisas com ingenuidade e intensidade. A prática da "filosofia com crianças" está bem desenvolvido na Europa ao longo dos últimos vinte anos. Esta prática responde à necessidade de democratização de uma disciplina considerada demasiado frequentemente como hermética e elitista. Ao mesmo tempo, a literatura juvenil parece ter considerado estas questões metafísicas. Os programas de literatura nas escolas primárias também enfatizam esta dimensão das obras literárias e incitam debates reflexivos. É nesta brecha que os que desejam uma introdução precoce à filosofia se instalaram para criar sessões em salas de aula. O mundo da infância poderia hoje, assim, ser a ponte que permitiria conciliar duas disciplinas cuja história é escrita desde muito antigamente sob os sinais da concorrência e desconfiança mútuas. Elas poderiam, assim, recuperar a sua aliança original: para além das formas específicas que elas têm com a linguagem, ambas são discursos que procuram dar sentido e inteligibilidade à nossa existência. Disciplinas conflituosas por demasiado tempo, literatura e filosofia, não encontrariam uma nova complementaridade através do desenvolvimento conjunto de sua didática com as crianças?Downloads
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Publicado
2015-12-02
Como Citar
CHIROUTER, Edwige. a criança, a literatura, e a filosofia. childhood & philosophy, Rio de Janeiro, v. 11, n. 22, p. 377–393, 2015. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/20710. Acesso em: 27 jul. 2025.
Edição
Seção
artigos