sobre a infância e a filosofia... entre outros paradoxos

Resumo

Este trabalho pretende investigar o sentido paradoxal que se instala no encontro das palavras: filosofia e infância. Postas assim, uma ao lado da outra, unidas por um encontro, manifestam, para quem não trabalha com o tema, uma surpreendente incongruência. Os primeiros passos no tratamento desse encontro conseguiram eludir o paradoxo e, através da escolarização de diversos conteúdos, em especial os procedimentais, foi garantida a presença da filosofia junto à infância com um senso utilitário. Contudo, o paradoxo resistiu à domesticação. A filosofia, tão cara ao pensamento ocidental, com uma história cheia de sentidos e interpretações, e a infância tão nova e recente nas preocupações do pensar, colocadas uma ao lado da outra, tornaram-se a aparecer por alguma fenda, desafiando as mais sedutoras estratégias de domesticação e incitando novamente o pensar com a força do paradoxal. Este resgate de sentido se fará sobre a base de um texto de Arturo A. Roig e pela possibilidade de visitar a “região média” caracterizada por Foucault (2008) no prefácio do livro As palavras e as coisas. O texto de Roig (1998) é intitulado “Os métodos pedagógicos e sua intercessão na vida”. Neste texto, ele aborda a problemática dos métodos no ensino e propõe a procura nesse âmbito de uma relação entre teoria e praxis. Palavras-chave: filosofia; infância; paradoxo; mundo; suspeita