o governo da infância: para uma ontologia histórica do desenvolvimento infantil e a delimitação de modos de ser criança
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2023.76362Abstract
O objetivo deste texto é questionar, no contexto sócio-histórico da modernidade europeia, o modo como se forjou no interior do “novo sentimento de infância” uma vida por etapas que outorga às pessoas de pouca idade a urgência de uma existência em permanente desenvolvimento. Problematizar a “ideia” de desenvolvimento, mais concretamente de desenvolvimento infantil e as suas implicações na produção de modos de ser criança, permite avançar pistas sobre como é que a narrativa desenvolvimentista se tornou hegemónica e inquestionável nos contextos educativos destinados a pessoas de pouca idade. Em concreto, interessa-me pensar os agenciamentos históricos que vinculam a infância (enquanto tempo cronológico) a uma certa ideia de desenvolvimento.
Downloads
Riferimenti bibliografici
Almeida, T. (2019). Psicologia do desenvolvimento e a delimitação de modos de ser criança. Devir-adulto, devir-sujeito e a educação de infância. In. F. Lemos & M. L. Nascimento (Eds.) Biopolítica e Tanatopolítica: A Agonística dos Processos de Subjetivação Contemporâneos (pp. 229-249). Editora CRV.
Almeida, T., & Boto, C. (2023). A educação da infância como rito de iniciação. In C. Boto (org.) Cultura Digital e Educação (pp. 89-104). Editora Contexto.
Almeida, T., & Boto, C. (2022). Agenciamento criança-arquétipo e o problema do por vir. Para um diálogo no interior do “novo sentimento da infância”. In Barzotto, Valdir Heitor; Ricardo, Elio Carlos; Almeida, Rogério de; Durães, Fabíola Alice Dos Anjos; Viviani, Fabrícia Carla; Colombo Junior, Pedro Donizete (orgs.). Quando a Pesquisa Conta -X Simpósio de Pós-Doutorado da FEUSP. 1. ed. São Paulo: Universidade de São Paulo.
Arndt, S., Smith, K., Urban, M., Ellegaard, T., Blue Swadener, B., & Murray, C. (2021). Reconceptualising and (re)forming early childhood professional identities: Ongoing transnational policy discussions. Policy Futures in Education, 19(4), 406–423. https://doi.org/10.1177/1478210320976015
Burman, E. (2016). Deconstructing Developmental Psychology. Taylor & Francis.
Binet, A., & Simon, TH. (1916). The development of intelligence in children. Williams & Wilkins Company.
Davies, B. (2010). Listening to children. Routledge.
Davidson, A. (2019). O surgimento da sexualidade. Editora yiné.
Deleuze, G., & Guattari, G. (2007). Mil Planaltos. Capitalismo e Esquizofrenia 2. Assírio & Alvim.
Gesell, A. (1928). Infancy and Human Growth. Macmillan Company.
Foucault, M. (1984a/2017a). Dits et écrits, I. Gallimard.
Foucault, M. (1984b/2017b). Dits et écrits, II. Gallimard.
Friedmann, A. (2020). A vez e a voz das crianças: escutas antropológicas e poéticas das infâncias. Panda Books.
Hacking, I. (1995). The looping effects of humankind. In Causal Cognition: An interdisciplinary approach, editado por D. Sperber, D. Premack, e A, Premark. Oxford University Press, pp. 351-383.
Hacking, I. (1996). Normal people. in Modes of Thought. Explorations in Cultures and Cognition, editado por D. R. Olson e N. Torrance. Cambridge University Press, pp. 59-71
Hacking, I. (1998). Mad travelers: reflections on the reality of transient mental illness. University Press of Virginia.
Hacking, I. (2009). Ontologia Histórica. Editora UNISINOS.
Hall, S. (1904). Adolescence its Psychology. D. Appleton and Company.
Henriques, J., Hollway, W., Urwin, C., Venn, C. & Walkerdine, V. (2003). Changing the Subject. Routledge.
Kohan, W. (2013). Infância entre filosofia e educação. Autêntica Editora.
Lee, N. (2013). Childhood and Biopolitics. Climate change, life processes and human futures. Palgrave Macmillan.
Noguera, R., & Barreto, M. (2018). infancialização, ubuntu e teko porã: elementos gerais para educação e ética afroperspectivistas. childhood & philosophy, 14(31), 625-644. doi: 10.12957/childphilo.2018.36200
Popkewitz, T.S. (2018). What Is 'Really' Taught As The Content of School Subjects?: Teaching School Subjects As An Alchemy. The High School Journal 101(2), 77-89. doi:10.1353/hsj.2018.0001.
Rose, N. (1998). Inventando nossos selfs. Vozes.
Smith, K (2014). The Government of Childhood. Springer.
Souza E., & Carvalho, A. (2021). pensar outros possíveis entre infâncias e necropolíticas. childhood & philosophy, v. 17, 1-18, doi: 10.12957/childphilo.2021.59100
Vallera, T. & Almeida, T. (2021). O Investigador Libertino e a Infância como Indeterminado: a escrita científica enquanto ethos inventivo em duas propostas de autorreflexão e desterritorialização do sujeito escolar. Curriculo Sem Fronteiras, 21(2), 497-522. https://doi.org/10.35786/1645-1384.v21.n2.4
Wong, J. (2004). Sapere Aude: Critical Ontology and the Case of Child Development. Canadian Journal of Political Science / Revue Canadienne de science politique, 37, 4, pp. 863-882
Wong, J. (2007). Paradox of Capacity and Power: Critical Ontology and the Developmental Model of Childhood. Counterpoints, Why Foucault? New Directions in Educational Research, 292, pp. 71-89