exercer, exercitar e reparar: a filosofia com infâncias como prática extramuros, como direito, como exercício espiritual, como crítica ao adultocentrismo e ao androcentrismo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/childphilo.2024.82053

Palavras-chave:

filosofia com infâncias, adultocentrismo, filosofia extramuros, exercícios espirituais

Resumo

Neste artigo recuperamos alguns sentidos de filosofar e de filosofia que consideramos frutíferos para a compreensão da prática da filosofia com infâncias (FcI). Defendemos a necessidade de revisitar a questão da própria filosofia, bem como retomar a história desta disciplina para nos ajudar a identificar quais versões dela são, ou poderão ser, postas em jogo na prática da FcI. Assim, surgiu a necessidade de dar conta da proposta de filosofia extramuros (Ferraro, 2018), a qual tentaremos conectar com uma ideia de Jacques Derrida sobre o direito humano à filosofia ou ao filosofar. Em seguida, recuperaremos a hipótese foucaultiana do “momento cartesiano” como uma bifurcação entre o caminho da filosofia e o da espiritualidade (Foucault, 2006) e a complementaremos com o estudo realizado por Pierre Hadot (2006) sobre os exercícios espirituais das escolas filosóficas da antiguidade greco-latina. Em terceiro lugar, problematizaremos o caráter androcêntrico da disciplina filosófica (Alvarado, 2017) em relação ao seu adultocentrismo. De uma perspetiva feminista, a luta consiste em tornar visível o preconceito androcêntrico do discurso acadêmico. A Filosofia como disciplina não é exceção, uma vez que, à medida que se foi estabelecendo como disciplina acadêmica, gerou – como contrapartida – alteridade e exclusão. Para além disso, poderíamos tentar perceber o preconceito adultocêntrico que a nossa disciplina tem tido desde os seus primórdios e contra o qual se poderia dizer que a FcI se inscreve. Tendo em conta estas abordagens teóricas, tentaremos pensar se o FcI pode ser um espaço-tempo extramuros que repare as exclusões geradas pela disciplina filosófica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Agratti, L. V. (2020). Devenir pregunta: filosofía e infancias entre la escuela y la universidad. Rio de Janeiro: NEFI.

Alvarado, M. (2017). Interrupciones en Nuestra América con voz de mujeres. En Metodologías en contexto: Intervenciones en perspectiva feminista/poscolonial/latinoamericana (pp. 33-48). CLACSO.

Andrade, S., Branca, B., Cruz, M., Lario, S., & San Pedro, C. (2022). Filosofar con Niñxs: Cartografías posibles entre infancias y filosofía. (S. Andrade, Ed.). Universidad Nacional de Córdoba. Facultad de Filosofía y Humanidades. https://ffyh.unc.edu.ar/ciffyh/nuevo-e-book-filosofar-con-ninxs-cartografias-posibles-entre-infancias-y-filosofia/

Berle, S. (2018). Infância como caminho de pesquisa: O Núcleo de Estudos de Filosofias e Infâncias (NEFI/PROPEd/UERJ) e a educação filosófica de professoras e professores. Rio de Janeiro: NEFI.

Blazquez Graf, N., Arruda, Á., Bartra, E., Castañeda Salgado, M. P., Corres Ayala, P., Delgado Ballesteros, G., Fernández Rius, L., Gargallo, F., Harding, S. G., Maffía, D. H., Mora Ríos, J., Pedrero, M., Restrepo, A., Tena, O., Ursini, S., Flores Palacios, F., & Ríos Eveerardo, M. (2010). Investigación feminista: Epistemología, metodología y representaciones sociales. Centro de Investigaciones Interdisciplinarias en Ciencias y Humanidades. https://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/8653

Comité Clandestino Revolucionario Indígena-Comandancia General del EZLN. (1996). Cuarta Declaración de la Selva Lacandona. https://palabra.ezln.org.mx/comunicados/1996/1996_01_01_a.htm

Departamento de Estudios Anexactos (Director). (2019, noviembre 19). La potencia de existir En Pierre Hadot (Diego Sztulwark en Chile). https://www.youtube.com/watch?v=i_4YD3JmNyo

Derrida, J. (2000). El derecho a la filosofía desde el punto de vista cosmopolítico. ENDOXA, 1(12-2), 381-395. https://doi.org/10.5944/endoxa.12-2.2000.4960

Ferraro, G. (2018). A escola dos sentimentos: da alfabetização das emoções à educação afetiva. Rio de Janeiro: NEFI.

Ferraro, G. (2020). Manifesto. Filosofia fuori le mura. https://www.filosofiafuorilemura.it/manifesto/

Ferraro, G. (2022). Crianças em Filosofia. Rio de Janeiro: NEFI.

Florito, J., & Camisassa, J. (2020). 40 años menos de vida: el precio de ser una misma. CIPPEC. https://www.cippec.org/textual/40-anos-menos-de-vida-el-precio-de-ser-una-misma/

Foucault, M. (2006). La hermenéutica del sujeto: Curso en el Collège de France, 1981-1982. Fondo de Cultura Económica.

Grau, O. (2020). Infancia y Género. Exclusiones que nos rondan. Rio de Janeiro: NEFI.

Hadot, P. (2006). Ejercicios espirituales y filosofía antigua. Siruela.

Hadot, P. (2009). La filosofía como forma de vida. Conversaciones con Jeanni Carlier y Arnold I. Davidson. Alpha Decay.

Inverga, V. (2020). La corrupción del lenguaje. https://bit.ly/2WMbMmm

Kohan, W. O., & Wozniak, J. T. (2011). La filosofía como ejercicio espiritual y político en un grupo de alfabetización de jóvenes y adultos. Filosofía y Educación en Nuestra América, 199-221.

Kohan, W., & Olarieta, F. (2013). La escuela pública apuesta al pensamiento. Homo Sapiens. https://www.getabstract.com/es/resumen/la-escuela-publica-apuesta-al-pensamiento/35363

López, M. V. (2008). Filosofía con niños y jóvenes. Noveduc Libros.

Mansilla, G. (2014). Yo nena, yo princesa: Luana, la niña que eligió su propio nombre. Universidad Nacional de General Sarmiento.

Mansilla, G. (2018). Mariposas libres: Derecho a vivir una infancia trans. Universidad Nacional de General Sarmiento.

Mariasch, M. (2020). Que incomode. En Actas I Encuentro Internacional: Derechos lingüísticos como Derechos Humanos en Latinoamérica (pp. 64-70). Universidad Nacional de Córdoba. Facultad de Filosofía y Humanidades. https://ffyh.unc.edu.ar/derechoslinguisticos/que-es-el-encuentro/ediciones-anteriores/declaracion/publicacion-de-actas/

Macías, J., & Sichel, F. (2020). En Busca del Sentido: Cruces Entre Filosofía, Infancia y Educación. [Buenos Aires?]: TeseoPress Design. https://www.teseopress.com/pensadero/front-matter/nota-de-lenguaje-inclusivo-para-el-libro-de-teseo/

Mateos, P. H., Merino, M. E., & Berdeguer, L. M. (2014). El árbol de las palabras. Una experiencia extramuros de filosofía con niñas y niños. En Anais do VII Colóquio Internacional de Filosofia da Educação O que pode a escola hoje em nossa América. Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro.

Michaud, O., & Gregory, M. R. (2022). Philosophy for children as a form of spiritual education. Childhood & Philosophy, 18, 01-24. https://doi.org/10.12957/childphilo.2022.69865

Minoldo, S., & Balian, J. C. (2018, junio 4). La lengua degenerada. El Gato y La Caja. https://elgatoylacaja.com/la-lengua-degenerada

Naishtat, F. (2011). El oficio de filosofar. Nombres, 25, 109-119. https://ri.conicet.gov.ar/handle/11336/193748

Waksman, V., & Kohan, W. (2000). Filosofía con niños: aportes para el trabajo en clase. Noveduc Libros.

Publicado

2024-05-31

Como Citar

VICTORIA, Martina Elida. exercer, exercitar e reparar: a filosofia com infâncias como prática extramuros, como direito, como exercício espiritual, como crítica ao adultocentrismo e ao androcentrismo. childhood & philosophy, Rio de Janeiro, v. 20, p. 01–29, 2024. DOI: 10.12957/childphilo.2024.82053. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/82053. Acesso em: 1 maio. 2025.

Edição

Seção

dossier: "confronting adultcentrism in educational philosophies and institutions"