the teacher's childhood: lived curriculums in the awakening of experience
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2018.32952Keywords:
infância, filosofia com crianças, professor, currículo, autoformaçãoAbstract
Esse texto é parte dos diálogos que vêm sendo desenvolvidos no DEVIR – Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia e Educação do IEAR/UFF no tocante a interrogações sobre o tempo da escola e da universidade, que vive extremamente acometido pelo ritmo automático, pela burocratização e racionalização do ensino, alienando crianças e jovens das suas próprias experiências e de atos de contemplação que incluam o vagar, o duvidar e o silenciar-se, imprescindíveis ao devir, ao fluir de sua condição humana. Em sintonia com o que diz Larrosa (2002), tudo funciona nas instituições educacionais no sentido da impossibilidade do acontecimento. Desejamos aqui expressar possibilidades de educar que estão na contramão da velocidade, do pragmatismo e da instrumentalização da razão em prol de respostas prontas, acabadas e aparentemente lógicas. Falaremos de encontros promovidos entre jovens e crianças de disparo de suas sensibilidades que, anteriores às palavras, aos conceitos, aos nomes, dão potência às suas infâncias que, como se refere Agamben (2000), são o lugar da experiência. Estabeleceremos conexões com os fios dos encontros como potência das infâncias que nos animam para pensar outros processos de formação de si e do outro. Iremos destacar, nesse sentido, a proposta educativa da “Filosofia com Crianças” desenvolvida em escolas públicas de Angra dos Reis em que, por intermédio de dispositivos da Arte e do exercício das faculdades sensíveis, experimentamos também nós, professores, uma infância marcada pela atitude de perguntar-se e da escuta de si e do outro. Essa proposta provocou deslocamentos na perspectiva de uma autoformação mais aberta, suscitando assim transformações em nossas formas de ensinar e compreender a formação do professor. Falaremos do que sentimos nesse processo socializando nossas experiências de docência, vivenciando assim currículos em que o silêncio, a incerteza, o inesperado acontecem. Desse modo, ganha voz a infância que possibilita a experiência, uma paixão no próprio caminho de ser professor.