ÁGUAS AMBÍGUAS: CORPORIFICANDO UMA CONSCIÊNCIA ANTROPOCÊNICA POR MEIO DO ECOGÓTICO RIOPLATENSE
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Resumo
Este artigo[1] investiga compromissos com o modo gótico de escritoras de ambos os lados do Rio da Prata. O conto “Sob a água negra”, de Mariana Enríquez, e o romance Gosma Rosa, de Fernanda Trías, utilizam personagens de crianças monstruosas, rios tóxicos, e corpos mutantes para se envolverem não apenas com injustiças sociais e criticar modelos de produção, como também para indicar um caminho em direção a uma ética de cuidado multiespécie. Por meio de protagonistas liminares que representam e desafiam modelos antropocêntricos, ambas as autoras demonstram uma consciência antropocênica nascente e liminar. As narrativas materiais do não humano explodem de maneira inquietante e demonstram uma agencialidade sinistra que é impossível de ignorar, alinhando-se com a ecocrítica feminista e os materialismos pós-humanistas. Entretanto, longe de despertar um horror que sobrecarrega e imobiliza o leitor, estas visões especulativas ambíguas e abertas indicam que poderia surgir algo mais esperançoso a partir da destruição de velhos modelos.
[1] Nota da tradução: O artigo foi originalmente publicado na CS, Número 36, janeiro-abril de 2022, pp. 247 - 287 em língua espanhola e teve permissão da autora para ser traduzido e publicado em português. O texto original está disponível em: https://www.icesi.edu.co/revistas/index.php/revista_cs/article/view/4773/4406
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