A ONTO-POLÍTICA DA HOSPITALIDADE EM EL HUÉSPED, DE GUADALUPE NETTEL

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Luis Miguel Barboza Arias

Resumo

Este ensaio reflete sobre a onto-política da hospitalidade no romance El huésped, de Guadalupe Nettel. A narrativa questiona os regimes de corporalidade, percepção e relação com o mais-que-humano, propondo uma coexistência radical para habitar conscientemente nossas paisagens compartilhadas. Através da relação de Ana (a protagonista) com “La Cosa”, um ser parasitário que habita seu corpo, explora-se a interdependência e fragilidade do corpo, sugerindo vínculos simbióticos com o outro. Este trabalho considera uma percepção multissensorial, representada pelos cegos do instituto, e se insere nos novos materialismos feministas e nos estudos multiespécie, apresentando “La Cosa” como um ser mais-que-humano. Isso permite refletir sobre a coexistência multiespécie contemporânea e sobre novas sensorialidades resultantes da proximidade e cooperação com outros seres e vitalidades. A obra de Nettel também aborda as tensões entre confinamento e liberdade, destacando que a autonomia é relacional e se constrói por meio de ensamblagens colaborativas. El huésped nos convida a reorganizar nossa percepção e nos abrirmos à (co)habitabilidade que transforma a cegueira ecológica em uma oportunidade para o aprendizado e a continuidade.

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Como Citar
BARBOZA ARIAS, Luis Miguel. A ONTO-POLÍTICA DA HOSPITALIDADE EM EL HUÉSPED, DE GUADALUPE NETTEL. Caderno Seminal, Rio de Janeiro, n. 52, 2025. DOI: 10.12957/seminal.2025.88697. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/cadernoseminal/article/view/88697. Acesso em: 12 out. 2025.
Seção
Tendências da ecoficção e da ecocrítica na contemporaneidade