EU SEMPRE TRADUZO EM UMA OUTRA LÍNGUA, NÃO SOU ANFITRIÃ DE NENHUMA: A VERSÃO E A ÉTICA
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Resumo
A direção em tradução organiza a maioria dos discursos sobre a ética, os quais se articulam muitas vezes em torno da relação nacional/estrangeiro e da posição daquele que acolhe, ou seja, daquele que traduz o estrangeiro na sua língua. Nesse sentido, a ética se apresenta como uma relação eu-outro, da tradução para com o original, uma hospitalidade, uma fidelidade. Henri Meschonnic analisa a ética na instância do sujeito e a define numa dupla relação _consigo mesmo e com o outro_ que emerge da relação do sujeito com o viver. Essa dupla relação se manifesta, no nosso ensaio, de um lado, na versão, já que nessa direção o original e a alteridade não estão do mesmo lado, e por outro, no sujeito e/i-migrado que não separa o que a distância afastou. Partimos de um relato pessoal de migração e tradução que põe em cena as relações afetivas que o sujeito e/i-migrado mantém com as línguas que lhe servem para viver. Em um segundo momento, a ética do traduzir estando ligada à própria concepção de tradução como relação, é então a relação que temos que questionar. Podemos traduzir numa dupla relação ética ligada à alteridade e ao original que na versão não estão do mesmo lado? Ou ainda, como (já que é sempre um modo) ser ético para consigo mesmo e para com o outro, de forma que ambos se tornam sujeitos na/pela relação?
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