ATITUDE DECOLONIAL E GIRO ESTÉTICO DECOLONIAL EM O MUNDO SE DESPEDAÇA, DE CHINUA ACHEBE
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Resumo
Este artigo propõe uma “análise conversacional” com o romance O mundo se despedaça (2009), de Chinua Achebe (1930-2013), escritor e ativista político nigeriano. Discute-se alguns aspectos histórico-culturais, literários e políticos, selecionados a partir da representação literária achebiana, com ênfase no processo de violência colonial sofrido pela etnia Ibo, na África Ocidental. Para tanto, utiliza-se o ferramental teórico, político e epistemológico do pensamento decolonial, no sentido de fazer coro à crítica da “modernidade/colonialidade” (QUIJANO, 1992, 2005, 2009; MIGNOLO, 2017; BALLESTRIN, 2013, 2017), a essa “violência” (CÉSAIRE, 1978; FANON, 2008; 2010) que vem sendo praticada contra os “Outros” durante os últimos 500 anos (DUSSEL, 2012). Propõe-se a leitura de O mundo se despedaça (ACHEBE, 2009) como uma “atitude decolonial” que performa um “giro estético decolonial” (MALDONADO-TORRES, 2020), como forma de resistência ao “perigo de uma história única” (ADICHIE, 2019). Conclui-se que a potência da visão artístico-literária achebiana, capaz de registrar com efetividade as violências que o colonialismo impôs às populações colonizadas, permanece relevante e ganha novos contornos quando discutida a partir da perspectiva decolonial.
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