LITERATURAS TRANSETÁRIAS: UMA LEITURA DE RÓTULOS QUE BORRAM FRONTEIRAS NA LITERATURA INFANTIL
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Resumo
Dentre os livros indicados para crianças, há uma bem-vinda parcela de histórias que elastecem delimitações etárias, difundidas pela crítica especializada como livros “crossover”. Aqui, pensaremos em termos de “literaturas transetárias”. Narrativas que nos dão a ler as infâncias não como períodos cronológicos lineares, mas como experiências, articuladas a elaborações sociohistóricas. Essas infâncias alargadas habitam literaturas que vão além de um público previamente calculado, e oferecem a leitores das mais variadas idades uma brecha libertária, a de se encontrar com os livros fora das rotas pré-programadas. Este artigo mapeia parte de produções contemporâneas sobre a crossover fiction, na perspectiva de Beckett (2009 e 2013), e suas derivações em termos de produção acadêmica e de bibliografia teórica, a fim de perceber como vêm sendo utilizadas as diferentes nomeações de literaturas cujas parcelas significativas podem ser potencialmente “transetárias”. Dialogamos com Andruetto (2012 e 2017), no esforço de compreender a relevância de pensar o que ela chama de uma “literatura sem adjetivos”. O objetivo é esmiuçar as possibilidades de livros que são recepcionados para além de idades fixas, que aqui compreendemos como “literatura transetária”, ou seja, obras que borram fronteiras etárias e alcançam leitores diversos. Colocar em cena os múltiplos leitores dessa multifacetada literatura infantil é percebê-la enquanto um campo de fronteiras, transições e subjetividades, como o são os próprios sujeitos que o coabitam, as crianças.
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