BECOS DA MEMÓRIA: TERRITÓRIO, CORPO E REINVENÇÃO

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Amanda Fernandes Franco
Claudia Luiza Caimi

Resumo

Levando em consideração os vários silenciamentos impostos às mulheres negras na sociedade brasileira e, também, sua invisibilização tanto na literatura quanto na história oficial da nação, a escrevivência surge como um manifesto potente que busca romper com paradigmas excludentes ao inscrever um corpo autoral por meio de um gesto de escrita. Evaristo é uma autora que nos brinda com uma série de metáforas que fazem do lugar físico da favela-corpo da negritude e de seus apagamentos sistemáticos, desencadeados por um pacto perverso que visa ao silenciamento e a mortificação, uma possibilidade de remontar um corpo autoral e descolonizado através da escrita de memórias. Em sua escrita, o território, o corpo, a memória, a política e a ficção se misturam e confundem, produzindo novas imagens pensantes e narrativas que deslocam esse corpo, banhando-o de novos sentidos e significância política. O foco desta análise não pretende se ater a um discurso reducionista que busca uma mera transposição das condições sociopolíticas da população negra no Brasil para a literatura, mas, sim, de tentar alcançar a profundidade da narrativa em sua potência ficcional de denúncia e autoria.


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Como Citar
FRANCO, Amanda Fernandes; CAIMI, Claudia Luiza. BECOS DA MEMÓRIA: TERRITÓRIO, CORPO E REINVENÇÃO. Caderno Seminal, Rio de Janeiro, n. 46, 2023. DOI: 10.12957/seminal.2023.78191. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/cadernoseminal/article/view/78191. Acesso em: 2 maio. 2025.
Seção
O negro na literatura: perspectivas teórico-críticas
Biografia do Autor

Amanda Fernandes Franco, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Amanda Fernandes Franco, Psicanalista, Mestra em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS

Claudia Luiza Caimi, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora associada no Departamento de Linguística, Filologia e Teoria Literária e nos programas de Pós-Graduação em Letras, na linha de pesquisa Teoria, crítica e comparatismo e no programa de Pós-graduação em Psicologia Social e Institucional, na linha de pesquisa Clínica, subjetividade e política, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Brasil. Doutora em Letras/Teoria da Literatura, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC/RS, Brasil. Pós-doutorado no Centro de Estudos Comparatistas, na linha Memória, Testemunho, Esquecimento, na Universidade de Lisboa. Coordenadora do grupo de pesquisa Narrativa, memória e política - UFRGS