A INVALIDAÇÃO DE CORPOS FEMININOS NEGROS EM EU SEI PORQUE O PÁSSARO CANTA NA GAIOLA (1969), DE MAYA ANGELOU E O OLHO MAIS AZUL (1970), DE TONI MORRISON

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Elis Regina Fernandes Alves
Ana Beatriz Santos Braz

Resumo

São analisados os romances Eu sei porque o pássaro canta na gaiola (1969), de Maya Angelou e O olho mais azul (1970), de Toni Morrison, sob a perspectiva do feminismo negro. Objetivou-se verificar como os corpos femininos negros são invalidados, inferiorizados diante da criação de corpos padrão, sempre brancos. A pesquisa contou com o apoio teórico de autoras do feminismo negro como Angela Davis (2016), bell hooks (2014; 2019), Djamila Ribeiro (2018), Grada Kilomba (2019), além do apoio teórico de autoras dos movimentos feministas, como Simone de Beauvoir (2009) e Naomi Wolf (1992). A pesquisa revela que os movimentos feministas inicias universalizaram o conceito de mulher, sem levar em consideração a situação ainda mais problemática das mulheres negras. Nos romances, evidencia-se que as protagonistas femininas negras, Maya e Pecola, bem como outras personagens, tem seus corpos invalidados por uma sociedade racista, sexista e classista. Maya quer ser uma menina “branca e fofa” para ser bem vista; Pecola quer ter olhos azuis para ter a vida que meninas brancas possuem, ser aceita. Ambas se constituem o outro do outro, o verdadeiro outro absoluto, inferiorizadas por serem negras, mulheres e pobres.

Detalhes do artigo

Como Citar
Fernandes Alves, E. R., & Braz, A. . B. S. (2024). A INVALIDAÇÃO DE CORPOS FEMININOS NEGROS EM EU SEI PORQUE O PÁSSARO CANTA NA GAIOLA (1969), DE MAYA ANGELOU E O OLHO MAIS AZUL (1970), DE TONI MORRISON. Caderno Seminal, (47). https://doi.org/10.12957/seminal.2024.77667
Seção
O negro na literatura: perspectivas teórico-críticas
Biografia do Autor

Elis Regina Fernandes Alves, Universidade Federal do Amazonas- UFAM

Possui graduação em Letras- Língua Inglesa e Língua Portuguesa- pela UEM- Universidade Estadual de Maringá (2003), mestrado em Letras pela mesma Universidade (2007), e doutorado em Letras pela UNESP de São José do Rio Preto (2018). É professora adjunta da Universidade Federal do Amazonas- UFAM, no curso de Letras- Língua e Literaturas Portuguesa e Inglesa no IEAA- Instituto de educação, agricultura e ambiente da cidade de Humaitá- AM. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura de Língua Inglesa, atuando principalmente nos seguintes temas: Literatura pós colonial; feminismo,feminismo negro; Interseccionalidade; escravidão, memória. Leciona as disciplinas de Literaturas Inglesa e Norte Americana, Língua Inglesa, TCC e Estágio.  Átua no Mestrado em Letras da UFAM (Manaus).

Ana Beatriz Santos Braz, UFAM-Universidade Federal do Amazonas

Mestranda em Letras, com área de concentração em Estudos Literários, pela Universidade Federal do Amazonas - UFAM (2022 - em andamento). Especialista em Letras - Português e Literatura pela Faculdade Fleming Cerquilho (2022). Graduada em Letras - Língua Portuguesa e Língua Inglesa pela Universidade Federal do Amazonas - UFAM (2021)