DESCENTRAMENTOS E DESLOCAMENTOS DECOLONIAIS EM RIO NEGRO, 50 DE NEI LOPES
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Resumo
No romance Rio Negro, 50 de Nei Lopes, há a evidenciação do protagonismo negro na sociedade brasileira e, ao mesmo tempo, a ratificação da sua importância social e cultural, contradizendo os discursos que os colocam apenas como coadjuvantes na construção da nação. No café-bar que dá nome ao título, intelectuais se reúnem para discutir questões políticas, culturais e sociais de âmbito nacional, mas, sobretudo, relacionadas à comunidade negra. O objetivo deste trabalho é demonstrar que, nessa obra, Lopes apresenta uma expressão de recusa à objetificação e à indigência negra de forma a estabelecer deslocamentos e descentramentos de valores limitadores sobre eles. A análise se baseia nas teorias críticas dos discursos coloniais e da decolonialidade, buscando explicitar como Lopes descontrói estereotipias. Concebendo a diferença como oposição à inferiorização dos discursos dominantes, Lopes empreende um esforço decolonial em seu romance, propondo estratégias narrativas que interrogam os universalismos. Se não há, ao final, compensações para injustiças sofridas, pelo menos é dada a visibilização a discursos que funcionam como alternativas a elas, enfatizando a capacidade de agência e resistência das personagens.
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