FIGURAÇÃO DA CRIANÇA REFUGIADA NA LITERATURA INFANTIL E CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA: DOIS MENINOS DE KAKUMA
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Resumo
A fome, a miséria, a guerra, perseguições e violações dos direitos humanos, enfim, questões políticas e sociais de toda ordem, têm obrigado milhares de pessoas a abandonar suas casas, famílias e pátria em busca de refúgio, esperançosas de retornar um dia, ou reconstruir suas vidas em terras distantes, ou simplesmente viver. Segundo a Acnur, (Agência da ONU para Refugiados), em 2020, o número de refugiados no mundo ultrapassou 80 milhões, sendo que apenas 30% são considerados formalmente como tais, considerando que mais de 4% ainda não encontraram refúgio, além dos incontáveis mortos durante frustradas tentativas de fuga. Na história, na mitologia e nas artes em geral, antigo é o tema da migração forçada , dos refugiados, pessoas exiladas, perseguidas, vivendo na diáspora, dentre elas muitas crianças, compondo o retrato perverso e atual de uma sociedade doente e em constante ebulição. A literatura está repleta de exemplos em que crianças protagonizam tão dura realidade. Pensando na literatura infantil, nossa área de estudos, levantamos alguns questionamentos: Como são figuradas as crianças refugiadas na literatura infantil? Que concepções de infância podemos depreender de narrativas que abordam temas tão sensíveis, histórias de sofrimento, abandono e resiliência? Com o objetivo de refletir sobre tais questões, propomos a análise da obra Dois meninos de Kakuma, de Marie Ange Bordas. Destacamos que a infância é uma construção social, condicionada a questões culturais, filosóficas, econômicas e por muitas vezes religiosas, assim, a partir de uma perspectiva social e histórica, podemos dizer que não existe somente uma infância, mas várias. Como aporte teórico, utilizaremos Marisa Lajolo, Regina Zilberman, Philippe Ariès, Collin Heywood, Carlos Reis e Walter Benjamin.
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