ENTRE BRINCADEIRAS, PERFÍDIA E SUFOCAMENTO: INFÂNCIAS NEGRAS NA (PÓS-)COLONIALIDADE EM NARRATIVAS DO CARIBE FRANCÓFONO E DO BRASIL
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Resumo
Este artigo se propõe a estudar os retratos romanescos da infância em quatro obras afrodiaspóricas das Américas e, para tal, promove interfaces entre duas narrativas do Caribe de expressão francesa e duas obras brasileiras. No intuito de cartografar a infância de crianças negras, ao longo do período colonial, contempla-se os romances La mulâtresse Solitude (1972), de André Schwarz-Bart, e Água de barrela (2016), da carioca Eliana Alvez Cruz, que expõem a condição de “brinquedo humano” (CRUZ, 2018, p. 87). Rebaixadas ao mais vil dos lugares, as crianças-brinquedos ilustram a “coisificação” (CÉSAIRE, 2020, p. 24) ou a “animalização” (KILOMBA, 2019, p. 79), estados nos quais ocorrem a destituição da humanidade dos pequenos. Centrados na pós-colonização, os livros Un cœur à rire et à pleurer – contes vrais de mon enfance (1999), da guadalupense Maryse Condé, e Ponciá Vicêncio (2006), da mineira Conceição Evaristo, denunciam que “as antigas práticas coloniais deixaram resquícios” (ALMEIDA, 2019, p. 125) que continuam a operar na contemporaneidade, cindindo de maneira profunda as relações, a engrenagem social e a história da humanidade.
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