VIRGINIA WOOLF E A MULHER INGLESA DO INÍCIO DO SÉCULO XX: PHYLLIS E ROSAMOND À LUZ DA TEORIA SEMIOLINGUÍSTICA
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Resumo
O presente artigo se propõe a analisar, no conto “Phyllis e Rosamond'', escrito por Virginia Woolf, em 1906, os possíveis interpretativos sobre a mulher de classe média inglesa do início do século XX. A autora tem um projeto de fala que, nesse texto, ela sustenta e organiza por meio do gênero narrativo. Para abordar a sua condição de sujeito da linguagem e suas conexões com os demais sujeitos compreendidos no ato comunicacional, a presente análise se apóia na Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau e, particularmente, na noção de imaginários sociodiscursivos, compreendida como conceito chave para o desvendamento da realidade psicossociohistórica na qual estavam inseridas Virginia Woolf e sua obra. Complementarmente, o estudo toma como referência o quadro sobre os sujeitos da linguagem no modo de organização narrativo, de acordo com a proposição de Machado e Mendes. As autoras propõem diferenciar o sujeito social (Eu comunicante) do escritor, definido como sujeito narrativo. A noção de sujeito narrativo abarca, também, os múltiplos sujeitos da enunciação (narrador e personagens), com identidades discursivas distintas, mas que atuam de forma integrada aos propósitos do Eu comunicante e à concepção idealizada do Tu destinatário. Cada um desses sujeitos compreendidos pela noção de Eu enunciador consubstancia possíveis interpretativos sobre a mulher de classe média na Inglaterra do início do século XX. O jogo de contraditórios, articulado a partir do projeto de fala da escritora, visa, em última instância, desvelar e desconstruir os padrões de dominação próprios às sociedades patriarcais.
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