ATITUDES, CRENÇAS E (AUTO)AVALIAÇÃO LINGUÍSTICA DE COMUNIDADES RURAIS DO 3º DISTRITO DE NOVA FRIBURGO

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Jaqueline de Moraes Thurler Dália

Resumo

Este artigo é parte da tese que investigou, no âmbito da Sociolinguística, a variedade dialetal das comunidades rurais do 3º Distrito de Nova Friburgo, partindo da hipótese de que nela havia uma arquicomunidade de fala. Seu objetivo se concentra em compreender como os próprios falantes avaliam a sua variedade e como a veem frente a outra considerada de prestígio, levando em conta que o julgamento linguístico é carregado de valores simbólicos que contribuem para a valorização ou para a estigmatização de um grupo de falantes. Para tanto, foram realizadas 39 entrevistas com moradores, sendo 19 da faixa etária 1 (entre 35 e 50 anos) e 20 da faixa etária 2 (entre 14 e 18 anos); 20 mulheres e 19 homens. Os resultados demonstraram que a juventude domina mais de um código oral e tenta acioná-los de acordo com o contexto enunciativo. Isso aponta para duas conclusões: a geração mais nova, se não domina todas as regras da língua padrão, ao menos reconhece o ambiente em que sua variedade é aceita e conhece os mecanismos para adequar sua fala, mesmo que não consiga êxito em todas as suas realizações; e, se há problemas com a aceitabilidade dessa variedade é porque ela sofre preconceito. Assim, como provavelmente os mais velhos foram os que mais ficaram expostos a avaliação negativa de fala, eles reproduzem a estigmatização que sofreram, buscando concordância e complementaridade com seu interlocutor. Já os jovens utilizam, como estratégia contra o preconceito, sua capacidade de acomodação e convergência de fala.

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Como Citar
DÁLIA, Jaqueline de Moraes Thurler. ATITUDES, CRENÇAS E (AUTO)AVALIAÇÃO LINGUÍSTICA DE COMUNIDADES RURAIS DO 3º DISTRITO DE NOVA FRIBURGO. Caderno Seminal, Rio de Janeiro, v. 30, n. 30, 2018. DOI: 10.12957/cadsem.2018.32080. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/cadernoseminal/article/view/32080. Acesso em: 14 nov. 2024.
Seção
A CENTRALIDADE DA VARIAÇÃO E A GRADUALIDADE DA MUDANÇA LINGUÍSTICA NA LÍNGUA EM USO
Biografia do Autor

Jaqueline de Moraes Thurler Dália, Instituto Federal Fluminense Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Possui graduação em Letras - Língua Portuguesa e Literaturas pela Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia (2004), graduação em Pedagogia pela Universidade Metropolitana de Santos (2013), graduação em Letras - Língua e Literaturas de Língua Espanhola pela Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia (2009), mestrado em Educação Agrícola pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2011) e doutorado em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2017). Atualmente é professor do Instituto Federal Fluminense e coordenadora e professora da Pós-Graduação Lato Sensu em Literatura, Memória Cultural e Sociedade do Instituto Federal Fluminense – Campus Cambuci. Tem experiência na área de Educação e Letras, com ênfase em Língua Portuguesa, atuando principalmente nos seguintes temas: pedagogia da alternância, currículo integrado, sociolinguística e variação linguística. Atua nos seguintes grupos de pesquisa: Núcleo de Estudos e Pesquisas em Pedagogia da Alternância, Educação do Campo e Ensino de Agroecologia - UFRRJ; e Núcleo de pesquisas e estudos sobre as ruralidades fluminenses - IFF.