ESTUDOS COMPARADOS DE LITERATURAS: POSSIBILIDADES PARA O ENSINO
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Resumo
Em face dos desafios que demanda a educação neste milênio, tendo em vista o ruir do antigo paradigma marcado pela disjunção, pela hiperespecialização, torna-se importante revisar práticas pedagógicas que envolvem a literatura. Busca-se avaliar princípios e dinâmicas cristalizados no ensino, entre os quais os da historiografia literária, que tem resultado em práticas de leitura um tanto panorâmicas, simplificadas e superficiais. Com uma visão fragmentada das obras literárias, muitas vezes para atender demandas de processos seletivos, o aluno realiza uma leitura ilustrativa de uma teoria ou de uma escola literária, em detrimento da fruição estética capaz de fazer valer questões existenciais, sociais e culturais do ser humano. Enlaçar, neste momento da história humana, literatura e educação, é redimensionar forças, é intercambiar saberes. Este artigo discute, por meio de pesquisa bibliográfica, a possibilidade de ensino de Literaturas de Língua Oficial Portuguesa a partir dos Estudos Comparados. Para tanto, perfaz-se uma análise de duas obras pertencentes ao macrossistema literário de língua portuguesa, colocando sob mira os projetos estéticos de Manoel de Barros e Mia Couto. Ambos estabelecem vínculo por meio da Língua Portuguesa, que oferece a possibilidade de irmanar as experiências. Conhecer linguagens literárias e projetos estéticos que sensibilizam para a compreensão de diferentes culturas contribui para relações mais humanitárias na medida em que faz possível analisar semelhanças e diferenças. O diálogo de autores e obras permite-nos analisar questões interculturais e intersemióticas, constituindo-se como proposta reflexiva para compreensão crítica do fenômeno literário e para o reconhecimento e valorização da diversidade e da reciprocidade.
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