MANIFESTAÇÕES VAMPIRESCAS SOB INSÓLITOS OLHARES ANGOLANOS: NARRATIVAS FANTÁSTICAS DE ANA PAULA TAVARES E JOSÉ EDUARDO AGUALUSA
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volume, observa que “Os contos de vampiros são um tipo de narrativa que se integra no gênero fantástico” e destaca que, “Segundo Tzvetan Todorov, este gênero caracteriza-se por ‘uma hesitação: o leitor tem de integrar o que se passa na realidade ou na ficção’. Ou seja: o leitor, enquanto lê, tem de tomar uma decisão, e nesse espaço de dúvida acontece o fantástico, essa hesitação”. Dentre os autores que compõem a coletânea, encontram-se os angolanos Ana Paula Tavares e José Eduardo Agualusa, que conseguiram instaurar, em seus contos, um clima próprio ao fantástico, onde reina a hesitação, incerteza ou ambiguidade. A narrativa de Ana Paula é toda ela ambientada em África e se nutre de crenças telúricas, permeando o animismo. A narrativa de José Eduardo tem início no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, e migra para Luanda, em Angola, onde se dão as ações nucleares do fantástico, terminando com um diálogo que tensiona passado-presente- futuro, entre África e Brasil, consagrado pela dúvida final, experienciada pelo destinatário intratextual e transmitida ao leitor. O que se observa nessas duas narrativas é, essencialmente, como esses dois escritores africanos, que carregam consigo, por origem de nascimento, a convicção de um quotidiano realismo insólito, mas que vêm sendo ambientados em Portugal ou Brasil, encontram-se encharcados de experiências globalizadas, permitindo-se escrever contos de vampiros na esteira da ficção fantástica, o que, no geral, contrapõe-nos a mais tradicional crítica literária – e cultural, por extensão – africana.
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