Crianças e jovens; fadas e bruxas: seu poder simbólico na ficção

Muito além das narrativas direcionadas a crianças e jovens, personagens infantis e juvenis são uma constante em obras que dialogam com diversas manifestações plurais do universo ficcional. Muitas vezes, sua presença materializa, sob diferentes perspectivas, o monstruoso, o sobrenatural, o horror, o medo e suscita reflexões sobre múltiplas temáticas, como, por exemplo, a maternidade em O bebe de Rosemary (1967), de Ira Levin, ou a violência histórica em Chicos que vuelven (2012), de Mariana Enríquez. Na esteira desse pensamento, figuras de fadas e bruxas, desde s contos populares medievais até suas reescrituras contemporâneas, constituem campos privilegiados para se pensar a construção de imaginários, arquétipos de gênero e disputas simbólicas.

Este dossiê tem por objetivo reunir investigações sobre as representações de personagens infantis e juvenis, bem como sobre fadas e bruxas em narrativas cuja finalidade seja mapear suas múltiplas faces e seu potencial crítico a partir de perspectivas históricas, simbólicas, intertextuais e contemporâneas. Ao congregar leituras de obras clássicas e contemporâneas, também são possíveis ensaios que se debrucem sobre as diferentes representações dessas personagens em produções audiovisuais, como o cinema, as diferentes plataformas de streaming, ou outros suportes existentes ou que venham a existir nesse ínterim.

Esperam-se, ainda, textos que observem o potencial subversivo, as releituras pós-modernas e os vínculos entre feitiçaria, poder e marginalidade.

Sendo assim, buscam-se contribuições que versem sobre:

  • conexões entre o insólito e as personagens infantis e/ou juvenis;
  • protagonismo de crianças e jovens;
  • monstruoso infantil e/ou juvenil;
  • representações da infância e/ou da juventude;
  • interseções entre questões de gênero, poder e marginalidade;
  • fadas, bruxas e/ou outros seres sobrenaturais e suas reverberações.