A tirania e o terror da dádiva: a violência sacrificial e o dom da vida
Resumo
Desde sua origem, a cirurgia de transplantação se apresentou como um problema complicado nas relações de dádiva. A linguagem do transplante é saturada da retórica do altruísmo, da partilha, do presente, do salvar vidas e do sacrifício. Hoje, o surgimento de novos “imperativos morais” a favor da doação entre vivos, tanto as altruístas e quanto as comerciais, possui uma terrível beleza escondendo um terrível dever, o dever de compartilhar partes do corpo re-imaginadas como divisíveis (meio fígado) e como dispensáveis (rins e pulmões sobressalentes). A autora revisita esse tema, por meio da justaposição de vinhetas etnográficas, tiradas de seu projeto Organs Watch. Ela retoma o mal-estar original, o arrepio ético, em se mergulhar rapidamente nos corpos de potenciais doadores de tecido e de órgãos, vivos, mortos e com morte cerebral.
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