Liderança na educação médica
DOI:
https://doi.org/10.12957/rhupe.2014.13943Resumo
O modelo de saúde contemporâneo implicou modificações na medicina. Exige-se do médico uma formação generalista e ultrapassa-se a exigência técnica, incorporando-se novos atributos, dentre os quais se destaca a liderança. Desde 2001, as Diretrizes Curriculares do Curso de Medicina, do Conselho Nacional de Educação, definiram as competências que devem ser desenvolvidas durante a graduação, tornando a escola médica responsável por estimular, entre os alunos, a comunicação, a tomada de decisões e o trabalho em equipe, elementos essenciais à liderança. Embora mais de uma década tenha se passado, permanece uma notável lacuna no seu desenvolvimento. De fato, o seu caráter subjetivo dificulta a sua inserção no currículo formal. Todavia, ela é considerada, atualmente, um conceito multifacetado, que traspassa a ideia de qualidade inata à personalidade, sendo enxergada como uma competência que pode ser ensinada. Portanto, surge um desafio às escolas médicas: como ensinar liderança aos seus alunos? Nesse contexto, as atividades extracurriculares apresentam-se como estratégia de aprendizado que coloca o estudante frente a situações de gestão e trabalho em equipe. Dentre essas atividades, destacam-se as organizações estudantis, como as ligas acadêmicas, em que grupos de alunos, sob orientação docente, planejam e desenvolvem diversas atividades. Paralelamente, as empresas juniores são um exemplo similar às ligas, porém mais consolidadas e, por isso, vistas como fonte de experiência para estas. Logo, é fundamental o reconhecimento da legitimidade desses projetos e a abertura de espaço livre no currículo formal que possibilite cada vez mais a participação dos alunos em sua trajetória à formação profissional mais completa.
Descritores: Liderança; Educação médica; Organizações estudantis.
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(4):26-31
doi: 10.12957/rhupe.2014.13943