Contrarreforma psiquiátrica brasileira e medicalização do sofrimento mental na pandemia de Covid-19
DOI:
https://doi.org/10.12957/rep.2022.63525Resumo
O presente artigo buscou compreender os caminhos pelos quais os agentes da contrarreforma psiquiátrica no Brasil se utilizaram da pandemia como forma de expandir sua influência no debate público e em políticas governamentais, tendo como pano de fundo a medicalização do sofrimento mental associado aos efeitos da pandemia da Covid-19. A análise de conteúdo de portarias recentes, de publicações em redes sociais e de entrevistas de atores ligados à Associação Brasileira de Psiquiatria e ao Ministério da Saúde evidenciou a medicalização do sofrimento mental por meio da construção discursiva de uma suposta “quarta onda” da Covid-19, que teria como efeito uma epidemia de transtornos mentais. A resposta do poder público federal referendou a estratégia medicalizante, por meio da liberação suplementar de 650 milhões de reais para compra de psicotrópicos e da disseminação de material produzido pela indústria farmacêutica pelo Ministério da Saúde.
Palavras-Chave: medicalização; sofrimento mental; Covid-19; reforma psiquiátrica.
Para este artigo, Amorim reconhece o apoio parcial da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), através da Bolsa de Treinamento Técnico III processo no 2019/19524-6, vinculada ao projeto temático “Vulnerabilidades de jovens às IST/HIV e à violência entre parceiros: avaliação de intervenções psicossociais baseadas nos direitos humanos” processo no 2017/25950-2.
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