Masculinidades e Diáspora: classe, racializações e feminização do Outro

Autores

  • Sofia Aboim Universidade de Lisboa
  • Pedro Vasconcelos Instituto Universitário de Lisboa - ISCTE-IUL

DOI:

https://doi.org/10.12957/rep.2016.27860

Resumo

A partir de uma análise qualitativa sintética sobre homens imigrantes em Portugal, procura-se destrinçar as maneiras como as identidades migrantes são construídas de forma gendrificada, com diferenças relativas à constituição de comunidades diaspóricas específicas (Brasileiros, Cabo-verdianos e Moçambicanos), com origem em diferentes histórias coloniais e pós-coloniais. Para os homens migrantes, a experiência da alteridade, ainda que permeada por emaranhamentos culturais, hibridismo e inclusão social, é marcada, na maioria dos casos, pela subalternidade. As maneiras de lidar com a discriminação levam à construção de identidades migrantes, segundo origens nacionais, de forma altamente gendrificada, nomeadamente em termos de masculinidades. Ao mesmo tempo que os homens migrantes aspiram ao poder de formas variadas (nomeadamente pela reinvenção de múltiplas formas de performatividade corporal e sexual masculina), tendem também a afastar-se da inclusão na ordem de género dominante em Portugal, sendo frequentemente cúmplices involuntários da sua própria fetichização enquanto Outro.

 

Palavras-Chave: Masculinidade; hegemonia; subordinação; alteridade, migrações.

Abstract — Drawing on a qualitative research project on immigrant men in Portugal, we aim at disentangling the ways in which migrant identities are constructed in a gendered manner, with differences pertaining to the constitution of specific diasporic communities (Brazilians, Cape Verdeans and Mozambicans), hailing from diverse colonial and post-colonial histories. For mmigrant men, the experience of otherness, even if permeated by cultural entanglements, hibridity and social inclusion, is marked, in most cases, by subalternity. The ways of dealing with discrimination lead to the construction of migrant identities, along national lines of origin, in a highly gendered form, namely in terms of masculinities. At the same time that migrant men aspire to power in many-sided ways (namely by reinventing multiple forms of male bodily ans sexual performativity), they also tend to shut themselves to inclusion in the dominant Portuguese gender order, frequently being, unwittingly, complicit with their own fetichization as Other.

 

Key Words: Masculinity; hegemony; subordination; otherness; migrations.

Biografia do Autor

Sofia Aboim, Universidade de Lisboa

Socióloga. Investigadora Auxiliar (Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa).

Pedro Vasconcelos, Instituto Universitário de Lisboa - ISCTE-IUL

Sociólogo. Professor Auxiliar (Instituto Universitário de Lisboa - ISCTE-IUL). Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL).

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Publicado

30-03-2017

Como Citar

Aboim, S., & Vasconcelos, P. (2017). Masculinidades e Diáspora: classe, racializações e feminização do Outro. Revista Em Pauta: Teoria Social E Realidade contemporânea, 14(38). https://doi.org/10.12957/rep.2016.27860

Edição

Seção

Artigos - Dossiê Temático | Articles - Thematic Dossier