A judicialização indireta da saúde: um estudo de caso sobre a experiência de Cachoeiro de Itapemirim/ES / The indirect judicialization of health: a case study on the Experience of Cachoeiro de Itapemirim/ES

Autores

  • Luciano Motta Nunes Lopes Universidade Federal Fluminense
  • Felipe Dutra Asensi Universidade do Estado do Rio de Janeiro -UERJ
  • Aluísio Gomes da Silva Júnior Universidade Federal Fluminense - UFF

DOI:

https://doi.org/10.12957/dep.2017.19801

Palavras-chave:

Direito à Saúde Infanto-juvenil, Políticas Públicas de Saúde, Medidas de Proteção Incidentais, Judicialização Indireta da Saúde. / Children and Adolescents Right to Health, Public Health Policies, Incidental Protection Measures, Indirect Judicialization o

Resumo

DOI: 10.12957/dep.2017.19801

Resumo

O presente trabalho tem por escopo analisar e compreender um tema aparentemente incipiente e ainda não investigado: a judicialização indireta da saúde. O fenômeno cristaliza-se quando questões inerentes ao direito à saúde são levadas ao crivo do Poder Judiciário de forma superveniente ou incidental e não como objeto principal de uma ação ajuizada. Analisou-se, por intermédio da metodologia de estudo de caso, 263 ações cíveis, ajuizadas no decorrer do ano de 2013, na 1ª Vara da Infância e da Juventude de Cachoeiro de Itapemirim/ES. A pesquisa identificou importantes elementos que caracterizam o tema, merecendo destaque o protagonismo do Ministério Público, o qual fora responsável pela ampla maioria dos requerimentos que postulavam a aplicação de “medidas protetivas incidentais” (92,1%) e a alta concentração de pedidos demandados que versavam sobre tratamento contra a drogadição infanto-juvenil (52,2%). Ao final, apontou-se a necessidade de se estabelecer diálogo institucional e interdisciplinar entre o Poder Público constituído, os atores que compõem o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) e a sociedade civil organizada, objetivando elaborar e implementar as políticas públicas de saúde inexistentes, bem como aprimorar aquelas que já estão em pleno funcionamento.

Palavras-chave: Direito à Saúde Infanto-juvenil; Políticas Públicas de Saúde; Medidas de Proteção Incidentais; Judicialização Indireta da Saúde.

Abstract

This work's scope is to analyze and understand a theme apparently incipient and not yet investigated: the indirect judicialization of health. The phenomenon crystallizes when questions inherent to the right to health are examined by the judiciary branch as a superficial matter or incidental form and not as the main object of a filed action. 263 civil actions, filed during the year of 2013 in the 1st Court of Childhood and Youth of Cachoeiro de Itapemirim/ES, were analyzed through case study methodology. The research identified important elements that characterize the theme, with prominence the role of the Public Prosecutor, which was responsible for the vast majority of requirements that they postulated the application of Protective Measures Incidental (92,1%) and the high concentration of requests defendants that focused on treatment against child and adolescent drug addiction (52,2%). In the end, the need to establish institutional and interdisciplinary dialogue between the constituted government, the actors that make up the system of guarantee of rights of the Children and Adolescents (SGDCA) and civil society organizations was pointed out, with the objective of developing and implementing nonexistent public health policies and improving those already in operation.

Keywords: Children and Adolescents Right to Health; Public Health Policies; Incidental Protection Measures; Indirect Judicialization of Health.

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Biografia do Autor

Luciano Motta Nunes Lopes, Universidade Federal Fluminense

Analista Judiciário II - Comissário de Justiça da Infância e Juventude (TJ/ES). Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim/ES (FDCI). Especialista em Direito Público pela Universidade Iguaçu (UNIG). Mestre em Direito pelo Programa de Pós-graduação "Justiça Administrativa" da Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor on line da Escola Nacional de Socioeducação (ENS) e da Universidade Nacional de Brasília (UNB). Emails: lmnlopes@tjes.jus.br e lmnlopes@hotmail.com.

 

Felipe Dutra Asensi, Universidade do Estado do Rio de Janeiro -UERJ

Pós-Doutor em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Doutor em Sociologia pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP/UERJ). Mestre em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ). Advogado formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Cientista Social formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Aperfeiçoamento em Direitos Fundamentais pela Universidad Complutense de Madrid (UCM), em Empreendedorismo pela University of Maryland (UM) e em Coaching pela University of Cambridge (UCA). Professor visitante da Fundación Universitaria Los Libertadores (FUL). Foi Visiting Scholar da Universidade de Coimbra (UC). Membro da Comissão Tutorial do Programa Internacional Erasmus Mundus (União Européia). Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), da Universidade Santa Úrsula (USU) e da Universidade Católica de Petrópolis (UCP).

 

Aluísio Gomes da Silva Júnior, Universidade Federal Fluminense - UFF

Médico Sanitarista, Doutor em Saúde Pública, Professor Titular do Instituto de Saúde Coletiva da UFF, Docente Permanente dos PPG em Justiça Administrativa (PPGJA); Saúde Coletiva (PPGSC) da UFF e Bioética, Ética aplicada e Saúde Coletiva (PPGBIOS) da associação  UFF-UFRJ-UERJ-FIOCRUZ.

Publicado

2017-03-08

Como Citar

Lopes, L. M. N., Asensi, F. D., & da Silva Júnior, A. G. (2017). A judicialização indireta da saúde: um estudo de caso sobre a experiência de Cachoeiro de Itapemirim/ES / The indirect judicialization of health: a case study on the Experience of Cachoeiro de Itapemirim/ES. Revista Direito E Práxis, 8(1), 285–320. https://doi.org/10.12957/dep.2017.19801

Edição

Seção

Artigos inéditos