Pistas de um blackface para o consumo? Atravessamentos do capital nos processos de subjetivação do povo negro no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.12957/rdciv.2023.69727Resumo
Este artigo é um ensaio teórico que versa acerca de práticas mercadológicas num contexto de mercantilização de formas simbólicas da cultura afro-brasileira. Neste, alguns exemplos de produtos e serviços oferecidos no mercado com características alegadas como pertencentes à cultua negra são comparados sob dois aspectos: aqueles que se aproximam e comprometem com tradições culturais afrocentradas e aqueles que sugerem uma captura simbólica da cultura negra para fins comerciais. A análise de conteúdo guia a orientação metodológica do ensaio. Após revisão bibliográfica e apresentação de exemplos os autores realizam uma breve análise dos elementos encontrados e sugerem que o mercado pode estar encenando o que propusemos chamar de um blackface para o consumo: encenações que mimetizam características da cultura negra sobre produtos a serem comercializados, sem que estes remetam a um comprometimento com comunidades, programas ou agendas afrocentradas. Tal percepção nos leva à conclusão que o mercado busca realizar capturas simbólicas sobre aspectos que remetam às culturas de matriz africana, para transformar em produto aquilo que não é produtilizável: a própria negritude.
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