Mapas da Pobreza: a geografia jurídica de vidas criminalizadas na cidade

Authors

DOI:

https://doi.org/10.12957/rdc.2024.70162

Keywords:

Pobreza urbana, criminalização da pobreza, geografia jurídica crítica, favelas, cartografia social

Abstract

Ao analisar elementos jurídico-estéticos contidos em um grave, porém frequente, caso de violência policial numa favela do Rio de Janeiro, o artigo traça os termos de uma geopolítica global de invisibilidade e criminalização da pobreza nas paisagens urbanas. Sob uma perspectiva da geografia jurídica crítica, argumenta-se que codificações socioespaciais da pobreza, especificamente em mapas e dados sociais, dão forma a experiências de vida urbana, na medida em que renovam continuamente a correlação histórica entre pobreza e criminalidade e geram efeitos perniciosos para populações e territórios classificados como tais. Para desenvolver este argumento, investigam-se as práticas de especialistas na indústria global de combate à pobreza como tecnologias que guiam as formas de se ver (ou ocultar) a pobreza na cidade financeirizada e militarizada. Com isso, o artigo aponta para um padrão global apesar de exacerbado no caso do Rio de Janeiro, onde particularidades locais como a violência de Estado e a dita guerra às drogas se somam como complexidades locais para a produção de vidas criminalizadas na cidade. O Direito e as práticas jurídicas são apontados como importantes mediadores desses processos, onde uma engenhosa função jurídico-estética pode ser no projeto da modernidade de medir e mapear problemas sociais para consertá-los.

Author Biography

Moniza Rizzini Ansari, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Pesquisadora de Pós-Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAPERJ, PDR10). Doutora em Direito pela Birkbeck School of Law, Universidade de Londres.

Published

2024-12-30

How to Cite

Rizzini Ansari, M. (2024). Mapas da Pobreza: a geografia jurídica de vidas criminalizadas na cidade. Revista De Direito Da Cidade, 16(1), 242–265. https://doi.org/10.12957/rdc.2024.70162