O BRASIL DOS ANOS 70 E A TELENOVELA "DANCIN' DAYS"
Considerações sobre uma cultura consumista brasileira a partir da personagem Júlia Matos
DOI:
https://doi.org/10.12957/rcd.2025.91534Palavras-chave:
Telenovela, Dancin' Days, Consumismo, Cultura, BrasilResumo
Este artigo busca entender a forma com que a novela "Dancin’ Days" (1978-1979) assimilou em sua linguagem teledramatúrgica aspectos de uma cultura consumista do Brasil nos anos 70. Para alcançar isto, a análise irá primeiramente esclarecer a posição dessa telenovela em uma linha de montagem novelesca que estava sendo estabelecida pela TV Globo nessa década, marcada por um ideal realístico que passa a caracterizar a construção dos enredos. Faremos assim considerando também os traços dessa indústria cultural que estabeleciam limites e interações entre o real referenciado na época e a mensagem própria das telenovelas criadas. Tendo explicado isso, iremos nos deter em seguida na relação do Brasil com uma cultura consumista, buscando elucidar o que se entende como tal, para enfim abrir uma discussão que irá se restringir ao percurso da personagem Julia Matos (Sonia Braga) na narrativa novelística. O resultado alcançado com esse empreendimento é compreender mais de uma cultura brasileira significada por valores de consumo, como igualmente a presença das telenovelas nesses jogos de um mercado cultural.
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