A ECONOMIA DONUT COMO CATALIZADORA DE INICIATIVAS DE INOVAÇÃO SOCIAL A FIM DE PROMOVER UMA CIDADE MAIS SUSTENTÁVEL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/rcd.2023.73542

Palavras-chave:

sustentabilidade, inovação social, economia donut, cidades sustentáveis

Resumo

O artigo discute os desafios enfrentados pela humanidade no século XXI, incluindo mudanças climáticas, perda de biodiversidade, pandemia, recessão econômica e desigualdade social. Esses problemas se devem principalmente à adoção de um modelo econômico linear e mecanicista que prioriza o crescimento e o lucro em detrimento do desenvolvimento sustentável. Em resposta, as cidades têm uma oportunidade e responsabilidade únicas de promover soluções integradas para transformar os padrões de comportamento atuais em algo novo, regenerativo e sustentável. Diante disso, surge a proposta de um novo modelo econômico heterodoxo, a Economia Donut, que propõe equilibrar tecnologia, demandas sociais e meio ambiente. O modelo Donut se concentra em atender às demandas do século XXI, adotando uma abordagem holística que reconhece a complexidade dos sistemas interdependentes. Assim, a proposta deste artigo é apresentar a teoria da Economia Donut e sua aplicação prática em um território vulnerável no Rio de Janeiro, Brasil, por meio de uma oficina Donut. A oficina teve como objetivo educar e apoiar a comunidade a desenvolver soluções e projetos sustentáveis alinhados com as lentes socioambientais propostas por esse modelo econômico. O artigo argumenta que a Economia Donut pode promover uma estrutura educacional e projetual para catalisar iniciativas de inovação social voltadas para a sustentabilidade nas comunidades locais.

Biografia do Autor

Carolina Tomaz Barbosa, Universidade do Vale dos Sinos - UNISINOS

Mestranda em Design Estratégico na Unisinos. Bolsista PROSUC/CAPES do PPG Design Unisinos, sendo a área de pesquisa questões relacionadas ao design estratégico para a inovação social e cultural para a sustentabilidade. Graduada em Ciências Econômicas pelo IBMEC (2002) e Pós Graduação em Desenvolvimento Sustentável (2021) pelo Sustainability Institute/Stellenbosh University, África do Sul. Trabalhou em empresas nacionais e multinacionais durante cinco anos, e possui nove anos de experiência no setor público. Nos últimos anos passou a atuar no Terceiro Setor, trabalhando com Organizações da Sociedade Civil (OSC), atuando em projetos sociais em comunidades vulneráveis na cidade de Porto Alegre/RS. Em Porto Alegre foi uma das fundadoras da OSC Misturaí e de coletivos cujo objetivo era uma cidade mais inclusiva, justa e próspera para todos. Participa de comunidades de aprendizagem ligadas a pensamento sistêmico, novas economias e culturas regenerativas e sustentabilidade. É membro do grupo de pesquisa Design Estratégico para a Inovação Cultural e Social, laboratório de pesquisa aplicada Seedinglab (www.unisinos.br/seedinglab) filiado a rede DESIS.

Foco de pesquisa e atuação: design estratégico, design participativo, sustentabilidade, regeneração, inovação social, justiça social, cidades, governança, novas economias.

Debora Barauna, Universidade do Vale do Rio dos Sinos: Porto Alegre, Rio Grande do Sul, BR

Docente da Escola da Indústria Criativa da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), vinculada à Unidade Acadêmica de Pesquisa e Pós-Graduação (UAPPG) em Design, stricto sensu, campus Porto Alegre/RS. Atua também nos cursos de Graduação Pro DNA Jesuíta, Graduação em Design e Tecnólogo em Design de Produto da UNISINOS. É Doutora em Design pela Universidade Federal do Paraná (PPG Design - UFPR; 2018), Mestre em Saúde e Meio Ambiente pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE; 2009) e Graduada em Design pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE; 2004). Atualmente cursa a Especialização em Educação OnLIFE na UNISINOS. Ministra disciplinas em cursos de Pós-Graduação, lato sensu, do Centro Universitário da Cidade de União da Vitoria (UNIUV) e do Centro Universitário Assis Gurgacz (FAG). Foi docente do Departamento de Design da UNIVILLE, onde participou de projetos de pesquisa e extensão universitária, integrou o Comitê de Responsabilidade Social da instituição e implantou / coordenou o Sistema de Gestão Ambiental da Universidade. É Co-fundadora da ODNUM | Design & Engenharia e da Startup ONAMUH | Ser Humano e Formação de Equipes. Tem experiência nas áreas de Pesquisa em Design, Inovação e Sustentabilidade, atuando em temas como: Design Estratégico; Design para a Sustentabilidade; Materiais e Resíduos; Inovação & Criatividade; Inovação Orientada pelo Design; Gestão de PD&I; Cultura Transdisciplinar e Inovação na Educação.

Referências

CROSS, Nigel. “Designerly Ways of Knowing: Design Discipline versus Design Science.” Design Issues. Vol. 17, No. 3, pp. 49–55. JSTOR. 2001. http://www.jstor.org/stable/1511801. Acesso em: 12/02/2023.

DEAL. Criando retratos das cidades: Guia metodológico da Iniciativa Cidades Prósperas. 2020. [Online] Disponível: https://doughnuteconomics.org/tools-and-stories/14?stories_page=2&users_page=2. Acesso em: 17/02/2023.

DEAL. Doughnut Economics Action Lab. S.d. Disponível em: https://doughnuteconomics.org/ . Acesso em 17/02/2023.

EJF. Beyond borders: Our changing climate – its role in conflict and displacement. 2017. [Online] Disponível: https://reliefweb.int/sites/reliefweb.int/files/resources/BeyondBorders-2.pdf . Acesso em 17/02/2023.

FREIRE, K. Inovação social dirigida pelo design. In: Ecovisões projetuais: pesquisas em design e sustentabilidade no Brasil. São Paulo: Blucher. p. 111 -124.

Gil, A C. 2008. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas. 2017.

GOLIAS, C. Toward Donut-Centered Design: A Design Research Toolkit for the 21st Century. EPIC 2019, 2019 (1): P. 605-624. 2020. https://doi.org/10.1111/1559-8918.2019.01317

IPCC. Summary for Policymakers [H.-O. Pörtner, D.C. Roberts, E.S. Poloczanska, K. Mintenbeck, M. Tignor, A. Alegría, M. Craig, S. Langsdorf, S. Löschke, V. Möller, A. Okem (eds.)]. In: Climate Change 2022: Impacts, Adaptation and Vulnerability. Contribution of Working Group II to the Sixth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [H.-O. Pörtner, D.C. Roberts, M. Tignor, E.S. Poloczanska, K. Mintenbeck, A. Alegría, M. Craig, S. Langsdorf, S. Löschke, V. Möller, A. Okem, B. Rama (eds.)]. Cambridge University Press, Cambridge, UK and New York, NY, USA, pp. 3–33. 2022. doi:10.1017/9781009325844.001.

MANZINI, E. Design: quando todos fazem design: Uma introdução ao design para inovação social. São Leopoldo, RS: UNISINOS. 2017.

MANZINI, E. 2008. Design para inovação social e sustentabilidade: comunidades criativas, organizações colaborativas e novas redes projetuais. Rio de Janeiro. 2008.

RAWORTH, K. Economia Donut: uma alternativa ao crescimento a qualquer custo. Rio de Janeiro: Zahar. 2019

ROCKSTRÖM, J., STEFFEN, W., NOONE, K., PERSSON, A., CHAPIN, F.S., LAMBIN, E.F., LENTON, T.M., SCHEFFER, M., FOLKE, C., SCHELLNHUBER, H., NYKVIST, B., WIT, C.A., HUGHES, T., LEEUW, S., RODHE, H., SÖRLIN, S., SNYDER, P.K., COSTANZA, R., SVEDIN, U., FALKENMARK, M., KARLBERG, L., CORELL, R.W., FABRY, V.J., HANSEN, J., WALKER, B., LIVERMAN, D., RICHARDSON, K., CRUTZEN, P., FOLEY, J.A. A safe operating space for humanity. Nature, 461: 472-475. 2009.

WFC. Regenerative cities. 2010. [Online] Disponível: https://www.worldfuturecouncil.org/wp-content/uploads/2016/01/WFC_2010_Regenerative_Cities.pdf . Acesso em: 17/02/2023.

WORLD BANK. Poverty and Shared Prosperity 2020: Reversals of Fortune. 2020. [Online] Disponível: https://www.worldbank.org/pt/news/press-release/2020/10/07/covid-19-to-add-as-many-as-150-million-extreme-poor-by-2021 . Acesso em: 17/02/2023.

Downloads

Publicado

2023-05-31

Como Citar

Tomaz Barbosa, C., & Barauna, D. (2023). A ECONOMIA DONUT COMO CATALIZADORA DE INICIATIVAS DE INOVAÇÃO SOCIAL A FIM DE PROMOVER UMA CIDADE MAIS SUSTENTÁVEL. Revista De Comunicação Dialógica, (9), 12–37. https://doi.org/10.12957/rcd.2023.73542

Edição

n. 9 (2023): Jan-Jun

Seção

Artigos

Licença

Os Direitos Autorais dos artigos publicados na Revista de Comunicação Dialógica pertencem ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es), com os direitos de primeira publicação cedidos à Revista. Toda vez que um artigo for citado, replicado em repositórios institucionais e/ou páginas pessoais ou profissionais, deve-se apresentar um link para o artigo disponível no site da RCD. A Revista de Comunicação Dialógica está licenciada com uma Licença Creative Commons (by-nc-nd).