APOKOLOKÝNTOSIS DE SÊNECA
DOI:
https://doi.org/10.12957/principia.2004.69844Palavras-chave:
Ironia, Paródia, Sátira MenipéiaResumo
Não é apenas com os moralis philosophiae libri, livros de filosofia com moral que Sêneca alcançou renome, como é costume mencionar o seu prestígio entre os moralistas franceses. Afinado com os conflitos e angústias de seu tempo, nos legou os atos falhos e desencontros dos governantes da época dos Césares, mas captando o perene da essência da condição humana através do riso e, como mais modemamente se diz, da carnavalização, relacionando morte, tristeza, repressão, degradação moral e incontinência das necessidades fisiológicas com, respectivamente, vida, alegria, livre arbítrio, altivez e educação social.
Há uma obra de Sêneca, Apokolokýntosis, em estilo sarcástico de sátira menipéia, que é uma paródia das célebres apoteoses na velha Roma dos césares, as quais foram decretadas pelo Senado a propósito de uma estrela cadente na data da morte de Júlio César, conforme crença popular e consagração pelo grande vate Vergilio, conforme uma das alusões (sidus Julium) nas Bucólicas. O título dado por Sêneca fora Ludus de Morte Claudii Caesaris, ou Divi Claudii Apotheosis per satiram, ou ainda simplesmente Ludus, mas a obra se imortalizou com o título Apokolokýntosis - a metamorfose da abóbora expressão do historiador Díon Cássio (11 d.C.).
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