Caleidoscópio torturante: João do Rio e a modulação da infância nas ruas cariocas no início do século XX
DOI:
https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2025.85443Palavras-chave:
Infância, João do Rio, Rio de Janeiro, Cidade, ModernidadeResumo
O presente artigo busca analisar como a literatura de João do Rio representava as nuances da infância das ruas cariocas do início do século XX de modo a retratar a vida desses sujeitos e também problematizar a visão da classe abastada sob essas crianças. Com o objetivo de equiparar o Rio de Janeiro às grandes cidades do mundo, os governantes da época apresentaram um projeto de reforma urbana que buscava modernizar e, consequentemente, civilizar a cidade. Com isso, as reformas seguiram os padrões europeus da época, em específico, à moda francesa. Contudo, a cidade abrigava uma população que não era condizente com o modo estilo de vida que se tentava instaurar. Diante disso, o governo realizou diversas medidas com o intuito de “educar” esses indivíduos para que se adequassem ao projeto de modernização. Quando se verificava a não adesão aos novos costumes, o governo reprimia e marginalizava, obrigando-os a se realocarem e reconfigurarem nas zonas periféricas da cidade. Em meio a essa população encontravam-se meninos e meninas pobres, em sua maioria pretos, que buscavam em todos os tipos de via uma forma de sobreviver.
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