Entre o Afropessimismo e o Afrofuturismo: vozes da poesia afro-hispânica que ecoam formas outras para lidar com os (nossos) tempos
DOI:
https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2025.90237Palabras clave:
Afropesimismo, Afrofuturismo, literatura negra, tiempo espiralar, literaturas hispánicasResumen
Ao tomar cosmovisões africanas como o tempo espiralar e a ancestralidade (Martins, 2021), entendendo a literatura comparada como princípio crítico de análise, este artigo propõe o cotejo entre dois poemas de poetas afro-hispânicos, Cuando yo vine a este mundo (1947), de Nicolás Guillén, e Un mundo sin miedo (2007), de Shirley Campbell Barr. A palavra “mundo”, que se faz presente em ambas tessituras, convida-nos a pensar no ‘espaçotempo’ disponível para um corpo negro, em que cada eu-lírico submete os versos a si mesmo e aos seus semelhantes, como uma possível prática escrevivente (Evaristo, 2020). Ambas diegeses são lidas à luz do Afropessimismo e do Afrofuturismo (Freitas; Messias, 2018), sublinhando-as como construtos que lidam com a herança colonial escravocrata de formas singulares.
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