Estratégias de implicatura em ameaças veladas: uma possível contribuição à determinação de significados em Linguística Forense
DOI:
https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2024.84287Palabras clave:
máximas conversacionais, implicatura, sentidos de língua, sentidos de discurso, cartas de ameaça.Resumen
Procuramos apresentar uma orientação metodológica para o trabalho do linguista forense em tarefas de determinação de significados implícitos. O corpus é composto por quinze cartas de ameaça escritas em português do Brasil, analisadas por meio de concepções da Pragmática (Grice, 1991), da Semântica (Ducrot, 1987; Lakoff; Johnson, 2003; Quadros-Gomes; Sanchez-Mendes, 2018) e de teorias do discurso (Charaudeau, 2008; 2015; Fiorin, 2016). As noções de implicatura conversacional e de máxima conversacional foram relacionadas à de sentidos de língua e sentidos de discurso, evidenciando que seis estratégias de implicatura orientam a organização discursiva das ameaças veladas: o emprego de (i) metáforas; (ii) eufemismos; (iii) disfemismos; (iv) elipses; (v) vagueza e (vi) pressuposição.
Descargas
Citas
AUSTIN, John L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. Tradução: Danilo Marcondes de Souza Filho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. Parte Geral 1. 15ª edição. São Paulo: Saraiva, 2010,
CHARAUDEAU, Patrick. Linguagem e discurso: modos de organização. São Paulo: Contexto, 2008.
CHARAUDEAU, Patrick. Discurso Político. São Paulo: Contexto, 2015.
COULTHARD, Malcolm; JOHNSON, Alisson. An Introduction to Forensic Linguistics: Language in Evidence. Londres e Nova York: Routledge, 2007.
COULTHARD, Malcolm. Algumas aplicações forenses à linguística descritiva. In: CALDAS-COULTHARD, Carmen Rosa; SCLIAR-CABRAL, Leonor (Org). Desvendando discursos: conceitos básicos. Editora da UFSC: Florianópolis, 2008, p. 225-253.
DUCROT, Oswald. O Dizer e o Dito. Trad. Eduardo Guimarães. Campinas: Pontes, 1987.
FIORIN, José Luiz. Argumentação. São Paulo: Contexto, 2016.
GRICE, Paul. Logic and Conversation. Em Davis, S. Pragmatics: a reader. New York: Oxford University Press, 1991.
KOCH, Ingedor Villaça. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 2015.
LAKOFF, George; JOHNSON, Mark. Metaphors we live by. The University of Chicago Press: Chicago and London, 2003.
LENHARDT, Jordana. Quando o crime está no uso da língua. Campinas: Pontes, 2022.
MENDONÇA, Josailton Fernandes de. Filosofia da Linguagem. In: Lima, Álissom Hudson Veras; Soares, Maria Elias; Cavalcanti, Sávio André de Souza. Linguística Geral: os conceitos que todos precisam conhecer. 3º volume. São Paulo: Pimenta Cultural, 2020.
PÉREZ, Juan Carlos Días. Pragmalingüística del disfemismo y la descortesia: Los actos de habla hostiles en los médios de comunicación virtual. Tesis doctoral. Universidade Carlos III de Madrid, 2012.
QUADROS-GOMES, Ana Paula; SANCHEZ-MENDES, Luciana. Para conhecer Semântica. São Paulo: Contexto, 2018.
SALGUEIRO, Antonio Blanco. (2010). Promises, threats, and the foundations of speech act theory. Pragmatics, v. 20, n. 2, p. 213-228.
SAUSSURE, Ferdinand de. (1975). Curso de Linguística Geral. Tradução de Antônio Chelini, José Paulo Paes e Izidoro Bliksteins. 7ª ed. São Paulo: Cultrix.
SHUY, Roger W. Creating Language Crimes: how law enforcement uses (and misuses) language. New York: Oxford University Press, 2005.
SOUSA-SILVA, Rui; COULTHARD, Malcolm. Linguística Forense. Em RJ Dinis Oliveira e T Magalhães (Org.). O que são as Ciências Forenses? Conceitos, Abrangência e Perspetivas Futuras. 1 ed. Lisboa: Pactor, p. 137-144, 2016.
WALTON, Douglas. Speech Acts and Indirect Threats in Ad Baculum Arguments: A
Reply to Budzynska and Witek. Argumentation, 28 (3), 317-324, 2014.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
A revista Palimpsesto publica artigos e resenhas inéditos, referentes as áreas de Letras e Linguística. Publica volumes mistos e/ou temáticos, com artigos e resenhas em português, inglês, espanhol e francês.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Palimpsesto utiliza uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.