Falar de nós, escrevendo a vida: escrevivência, memória e a (re)escrita da favela em Becos da memória, de Conceição Evaristo
DOI:
https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2025.89161Palavras-chave:
Conceição Evaristo, Escrivivência, Memória, Exercício imaginativoResumo
O presente artigo propõe-se a investigar a obra Becos da Memória (2018), de Conceição Evaristo com o objetivo de analisar o conceito de escrevivência como instrumento criativo que busca elaborar novos sentidos para experiências individuais e coletivas para além do que está registrado em arquivos ou na memória. A escrevivência pode ser entendida como um exercício imaginativo que aponta para a responsabilidade ética inerente ao ato de narrar histórias, demonstrando a busca por um modo estético apropriado de retratar a vida dos espoliados. Dessa forma, o texto se desloca de um objeto de prazer meramente especulativo para uma atitude política, concretizada na maneira como a escrita vasculha e se apropria de histórias e vivências.
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