A desigualdade de gêneros nas músicas infantis: repetir até tornar-se natural
DOI:
https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2024.83458Palavras-chave:
Mulher, Repetição, Regularização de sentidos.Resumo
Este estudo constitui um gesto de interpretação dos discursos que são repetidos na sociedade por meio das músicas infantis Sapo Cururu, A Galinha Pintadinha (A Galinha e o Galo Carijó) e O cravo brigou com a rosa. Pautados na Análise de Discurso inaugurada por Michel Pêcheux, na França, e ampliada por Eni Orlandi, no Brasil, pretendemos compreender como a repetição colabora para sedimentar discursos que são naturalizados em músicas destinadas às crianças desde a mais tenra idade e que sinalizam para a submissão da mulher e para a desigualdade de gênero. Pretendemos colaborar, portanto, para desmitificar o imaginário de que essas músicas fazem circular discursos “inocentes”, uma vez que, assim como todo discurso, são marcadas ideologicamente.
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