A fantasmagoria do ver e o movimento do viver: notas sobre a experiência urbana em Poe, Woolf e Evaristo
DOI:
https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2024.81768Palabras clave:
fantasmagoria, flâneur, Woolf, Poe, Evaristo.Resumen
O artigo busca aproximar a flânerie narrada no conto “O homem da multidão”, de Poe, e no ensaio “Street Haunting”, de Virginia Woolf, a partir de um regime de visão específico que se caracteriza pela prevalência do fantasmagórico. Testando essa hipótese, o texto avança para as particularidades de cada flânerie enquanto movimento pela cidade, lendo as situações narradas a partir sobretudo da leitura benjaminiana que associa fantasmagoria ao fetiche da mercadoria. Findo esse primeiro momento, apresenta-se nova perspectiva de movimento na e da cidade a partir do conto “O cooper de Cida”, de Conceição Evaristo, que prescinde de qualquer elemento fantasmagórico e, justamente nessa ausência, enseja novas leituras sobre a relação entre ritmo e existência na cidade.
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