O império da escolha e o “outro” da literatura
DOI:
https://doi.org/10.12957/matraga.2025.85859Palavras-chave:
Literatura, Ensino, Escolha, AlteridadeResumo
O presente ensaio propõe-se a comentar a centralidade da categoria da escolha nas discussões sobre a relação entre literatura e ensino hoje. A fim de defender o argumento de que os principais debates travados, a respeito da transmissão institucionalizada do literário, costumam girar em falso em torno da ideia de escolha, de quais textos e autores devem ou não ser contemplados no contexto educacional em seus diferentes níveis, o ensaio aborda, entre outros, três episódios recentes que evidenciam justamente o recém-fundado império do termo: a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) brasileira, a publicação da carta da Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC), que aborda a necessidade de ampliação dos estudos sobre literatura e ensino e, por fim, a recente polêmica acerca das obras literárias selecionadas para o vestibular da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular). O que se espera demonstrar, em poucas palavras, é que a categoria de escolha, apesar de movimentar os afetos da área dos estudos literários, está em contradição com o verdadeiro “outro” da literatura, a alteridade da obra.
Referências
nível em: <https://aterraeredonda.com.br/a-lista-da-fuvest/>. Acesso em: 25/02/24.
ABRALIC. Carta à Associação Brasileira de Literatura Comparada. Disponível em: <https://abralic.org.br/ downloads/2023/CARTA-ASSOCIACAO-BRASILEIRA-DE-LITERATURA-COMPARADA.pdf>. Acesso em: 27/02/2024.
ARAÚJO, Nabil. (2020). Nação e narração: por uma imagologia dos “personagens históricos” no Brasil. Mis- celânea: Revista de literatura e vida social, n. 27, p. 161-179.
ARAÚJO, Nabil. Por uma pedagogia literária do “como se”. In: CECHINEL, André. O que significa “ensinar literatura”? Florianópolis: EdUFSC; Criciúma: Ediunesc, 2017, p. 31-57.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (Ensino Médio). Brasília: MEC, 2018.
BRASIL. Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que es- tabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 jan. 2003. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639. htm>. Acesso em: 25 fev. 2024.
BRASIL. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Vol. 1 – Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação; Secretaria de Educação Básica, 2006.
CARTA CAPITAL. Leituras obrigatórias da Fuvest terão só obras de mulheres. São Paulo, 22/11/23. Dispo- nível em: <https://www.cartacapital.com.br/educacao/leituras-obrigatorias-da-fuvest-terao-so-obras-de-mu- lheres/>. Acesso em: 25/02/2024.
CECHINEL, A. Reconfigurações ético-reparadoras do literário hoje. Remate de Males, Campinas, SP, v. 41,
n. 1, p. 76–97, 2021. DOI: 10.20396/remate.v41i1.8658823. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp. br/ojs/index.php/remate/article/view/8658823>. Acesso em: 23 fev. 2024.
DERRIDA, Jacques. Essa estranha instituição chamada literatura. Tradução por Marileide Dias Esqueda. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2014.
DURÃO, Fabio Akcelrud. Do texto à obra e outros ensaios. Curitiba: Appris, 2019.
DURÃO, Fabio Akcelrud. Teoria (literária) americana: uma introdução crítica. Campinas: Autores Associa- dos, 2011.
DURÃO, Fabio A.; CECHINEL, André. Ensinando Literatura: a sala de aula como acontecimento. São Paulo: Parábola, 2022.
GEFEN, Alexandre. Réparer le monde. La littérature française face au XXIe siècle. Paris: Éditions Corti, 2017. LUDMER, Josefina. Literaturas Pós-Autônomas. Tradução por Flávia Cera. Sopro, n. 20, p. 1-4, jan. 2010.
PERRONE-MOISÉS, Leyla. Literatura para todos. In: Literatura E Sociedade, vol. 11, n. 9, 2006, p. 16-29.
UNIASSELVI. Escrita criativa – Tecnólogo EAD. Disponível em: <https://portal.uniasselvi.com.br/gradua- cao/tecnologo/escrita-criativa/ead>. Acesso em: 25/02/24.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
AUTORIZAÇÃO
A Matraga – Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ está autorizada a publicar o artigo ora submetido, caso seja aceito para publicação online. Fica atestado que a contribuição é original, que não está sendo submetida a outro editor para publicação, e que a presente declaração é a expressão da verdade.
Os trabalhos publicados no espaço virtual da Matraga – Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ serão automaticamente cedidos, ficando os seus direitos autorais reservados à Matraga. Sua reprodução, total ou parcial, é condicionada à citação dos autores e dos dados da publicação.
A Matraga utiliza uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.