CHAMADA PARA PUBLICAÇÃO

2023-08-08

A revista Matraga, da Pós-Graduação em Letras da UERJ, está recebendo artigos e resenhas para os próximos números, aceitando textos em português, inglês, espanhol e francês. Os artigos são submetidos ao sistema de pareceristas duplo-cego e devem seguir rigorosamente as normas de formatação da revista.

Confira a seguir chamadas completas. As submissões são online.

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MATRAGA 67

Será dedicado aos Estudos Linguísticos e aos Estudos Literários, com tema livre.

EMENTA
Acolhem-se artigos inéditos e resenhas nos campos dos estudos literários e linguísticos.

EDITORES:
Patrícia Marouvo (UERJ) e Julia Scamparini (UERJ)

CRONOGRAMA:
Submissão de artigos e resenhas: até 30/06/2025
Publicação: janeiro de 2026

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MATRAGA 66

Será dedicado aos Estudos Literários, com o tema Tradução literária: cânone, nação e questões de gênero.

 EMENTA

Nos últimos cinquenta anos, as teorias da tradução vêm ganhando contornos dos mais diversos. Marcadas pela chamada Cultural Turn e influenciadas sobretudo pelo Pós-estruturalismo, diferentes vertentes tiveram a partir de Jacques Derrida um ponto de inflexão. A teoria e prática primordialmente logocêntrica dava espaço à escritura desestruturada do teórico franco-magrebino, cuja base está na desconstrução do texto com o Outro, o que teria profundas consequências na relação entre texto original e traduzido – ou entre textos pertencentes a diferentes aqui e agora.

Do mesmo modo, Antoine Berman (1984, 1991) introduz em sua teoria da tradução um componente ético e político que revolucionaria a área e teria enorme ressonância entre os estudiosos brasileiros. O cerne da teoria de Berman está na crítica à tradução denominada por ele “etnocêntrica”, isto é, que desprestigia a cultura do Outro, daquilo que é estrangeiro e “estranho” à cultura do país do texto traduzido – e que muitas vezes é uma nação central –. Para Berman, a tradução deve manter o caráter estrangeirizante, prestigiando características típicas da cultura do texto traduzido, na contramão de uma tradução que resulte fluida para o leitor do texto traduzido, sem qualquer referência a questões linguísticas inerentes ao texto e – consequentemente – à cultura do texto original.

Lawrence Venuti (1995, 1998) segue a mesma linha de Berman ao destacar como nos Estados Unidos existe há décadas uma cultura de invisibilizar o tradutor, promulgando um regime de fluência. Isto é, o tradutor deve fornecer a seu leitor uma ilusão de transparência, por meio de uma prosa “natural”, “elegante” e “adorável”. Venuti (1995) destaca ainda que mesmo quando o ideal de fluidez não vigora no mercado editorial de uma nação, toda tradução tem uma essência violenta. O teórico ainda explora o conceito de “leitura sintomática” e revela como as traduções obedecem a um padrão histórico, cujas leis evidenciam uma violência etnocêntrica, que ao fim e ao cabo pretende apagar características dos chamados países em desenvolvimento que poderiam abalar o status quo dos países do Norte global. Esse abalo deve ser feito especialmente porque a relação entre Norte e Sul sempre foi unilateral, ou nas palavras de Evando Nascimento (2021, p. 195): “[...] o diálogo Norte e sul nunca ocorreu de verdade, permanecendo como um monólogo do Norte consigo próprio, cujas falas deveriam reverberar cedo ou tarde, de um modo ou de outro, do lado debaixo do Equador.” Logo, há uma escolha pelo que traduzir e, ao mesmo tempo, como traduzir. Que Brasil é selecionado e traduzido? E de que forma ele aparece nas livrarias da França, da Inglaterra e dos Estados Unidos?

Finalmente, de acordo com Olga Castro e María Laura Spoturno (2020), os feminismos vêm convocando uma perspectiva crítica e plural dos pesquisadores, na elaboração daquilo que elas denominam tradutologia feminista transnacional. O objetivo desse debate é fundamentalmente interseccional e visa “facilitar alianças transfronteiriças que questionem as assimetrias – inclusive entre mulheres –, como passo prévio a transformar a realidade e promover debates que se oponham à violência colonial” (Castro; Spoturno, 2020, p. 14). Isto é, a tradutologia feminista se alinha às discussões sobre cânone, nação, e gênero sobre os quais os Estudos da Tradução vêm refletindo nas últimas décadas.

Convidamos para compor este número da Matraga os/as autores/as interessados/as em discutir a Tradução literária, a partir dos conceitos de cânone, nação, questões de gênero, e que verifiquem estratégias tradutórias diversas entre diferentes pares linguísticos.

EDITORES:
Wagner Monteiro (UERJ) e Rebeca Hernández (Universidad de Salamanca)

CRONOGRAMA:
Submissão de artigos e resenhas: até 31/03/2025
Publicação: setembro de 2025

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Os artigos não devem exceder 25 páginas.
As resenhas não devem exceder 8 páginas.
Consulte as normas para a publicação nas orientações aos autores, que contém um tutorial passo a passo para submissão online.