60 anos do golpe de 1964 | Entrevista com Tatyana de Amaral Maia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2024.88930

Palavras-chave:

Entrevista, Tatyana de Amaral Maia, Ditadura Civil-Militar Brasileira

Resumo

Tatyana de Amaral Maia, professora de História da UERJ, enfatiza a importância de entender o golpe de 1964 como um evento civil-militar apoiado por setores diversos, incluindo militares, políticos conservadores e a elite econômica. A historiografia atual reflete debates sobre as razões do golpe, incluindo a politização do anticomunismo e o apoio dos EUA, salientando que a ditadura resultante promoveu ampla violência e censura. A transição para a democracia foi negociada, limitando a Justiça de Transição e perpetuando a impunidade, especialmente pela manutenção da Lei da Anistia. A crítica crescente ao modelo de transição tem alimentado negacionismos que minimizam os impactos da ditadura, refletindo no aumento da militarização e na presença das Forças Armadas na política. A crise política desde 2013 ampliou a influência da extrema-direita, transformando as narrativas públicas. Ela frisa que a cultura autoritária, ainda presente nas esferas públicas, ameaça ideais democráticos e a justiça social, apontando a necessidade dos historiadores de se engajarem pela democracia. O contexto atual, com um Congresso conservador e desafios econômicos, exige cuidado na preservação e fortalecimento da democracia, especialmente em um ano de eleições municipais cruciais para o futuro político do país.

Biografia do Autor

Tatyana de Amaral Maia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora Adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de História. Doutora e graduada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Mestre em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.

Referências

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Publicado

2024-12-31

Como Citar

de Amaral Maia, T. (2024). 60 anos do golpe de 1964 | Entrevista com Tatyana de Amaral Maia. Revista Maracanan, (37), 97–104. https://doi.org/10.12957/revmar.2024.88930