60 anos do golpe de 1964 | Entrevista com Rodrigo Patto Sá Motta
DOI:
https://doi.org/10.12957/revmar.2024.88929Palavras-chave:
Entrevista, Rodrigo Patto Sá Motta, Ditadura Civil-Militar BrasileiraResumo
Rodrigo Patto Sá Motta, professor da UFMG, discute os 60 anos do golpe de 1964, destacando a politização do tema devido ao crescimento da extrema-direita no Brasil, especialmente sob o governo Bolsonaro. Ele observa que essa corrente promoveu uma visão nostálgica do regime militar, complicando o trabalho dos historiadores e professores, que enfrentam ameaças e censura. Patto enfatiza a importância de uma historiografia rigorosa para combater desinformação e fake news. Quanto aos arquivos da ditadura, ele destaca a riqueza do acervo brasileiro, mas lamenta a inacessibilidade de documentos cruciais, como os do Centro de Informações do Exército, sugerindo a necessidade de pressão política para torná-los públicos. Sobre a Justiça de Transição, Patto critica sua abordagem tímida, que privilegia reparações simbólicas em vez de punir responsáveis, complicando avanços devido a pressões militares. Ele também analisa a militarização contemporânea, explicando que a herança da ditadura e a insegurança pública contribuíram para a revalorização dos militares e seus valores. A ascensão do bolsonarismo fortaleceu essa tendência, com militares voltando a ter poder público, evidenciando continuidades entre o passado autoritário e questões políticas atuais no Brasil.
Referências
MOTTA, Rodrigo P. S. Em guarda contra o perigo vermelho: o anticomunismo no Brasil. São Paulo: Perspectiva; Fapesp, 2002.
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MOTTA, Rodrigo P. S.; LVOVICH, Daniel (Orgs.). As ditaduras argentina e brasileira em ação: violência repressiva e busca do consentimento. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2023.
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