60 anos do golpe de 1964 | Entrevista com Ricardo Antonio Souza Mendes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2024.88928

Palavras-chave:

Entrevista, Ricardo Antonio Souza Mendes, Ditadura Civil-Militar Brasileira

Resumo

Ricardo Antonio de Souza Mendes, professor na UERJ, analisa as discussões em torno dos 60 anos do golpe de 1964 e o contexto atual que estimula o entendimento das direitas latino-americanas. Ele observa que o século XXI trouxe um aumento significativo na pesquisa sobre as direitas, revelando a diversidade dentro desse espectro político. Mendes destaca a importância de reconhecer que as vozes sobre a ditadura se diversificaram, incluindo grupos antes marginalizados, e critica a visão dicotômica que caracteriza o conflito entre Estado e sociedade. Além disso, aponta para a relevância do papel das empresas na repressão durante a ditadura, sublinhando a cumplicidade do empresariado nas violações de direitos humanos. Ele também menciona o fenômeno do negacionismo, que se intensificou sob o governo Bolsonaro, exigindo que historiadores revisitem e questionem temas consolidados da história. Mendes enfatiza a necessidade de entender as direitas como um fenômeno complexo e não reduzido a simples categorias, e ressalta a mobilização social dos setores conservadores em contextos de polarização política, além do debate sobre a nomenclatura da ditadura, que pode ser classificada como civil-militar, refletindo a influência de diversos atores.

Biografia do Autor

Ricardo Antonio Souza Mendes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professor Titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de História. Doutor em História Social pela Universidade Federal Fluminense; Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; graduado em História pela Universidade Santa Úrsula.

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Publicado

2024-12-31

Como Citar

Souza Mendes, R. A. (2024). 60 anos do golpe de 1964 | Entrevista com Ricardo Antonio Souza Mendes. Revista Maracanan, (37), 85–90. https://doi.org/10.12957/revmar.2024.88928