Récits d’Ellis Island:

uma fabulação na ilha das lágrimas

Autores

  • Ana Lúcia Moraes Universidade Federal do Rio Grande do Norte

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2024.84387

Palavras-chave:

Documentário, Fabulação, Georges Perec, Robert Bober, Ilha Elis

Resumo

O objetivo do presente trabalho é analisar a pertinência dos conceitos de Gilles Deleuze  de “potência do falso” e de “fabulação”, tal como elaborados em sua obra Imagem-tempo: cinema II, para abordar a primeira parte do documentário Récits d’Ellis Island (Relatos d’Ellis Island) de Robert Bober e Georges Perec, realizado entre 1978 e 1980. A primeira parte do documentário, intitulada Traces (Rastros) evoca a chegada a Ellis Island de cerca de dezesseis milhões de emigrantes provenientes da Europa, de 1892 a 1954. O propósito central da análise é verificar em que medida, a partir dos procedimentos cinematográficos empregados pelos autores, o questionamento das fronteiras entre verdade e fabulação permitem caracterizar o documentário como um filme político.

Biografia do Autor

Ana Lúcia Moraes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Departamento de Comunicação Social. Doutora em Langue et Littérature pela Université Stendhal-Grenoble III; Mestre em Comunicação e Cultura e graduada em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Publicado

2024-12-31

Como Citar

Moraes, A. L. (2024). Récits d’Ellis Island:: uma fabulação na ilha das lágrimas. Revista Maracanan, (37), 342–357. https://doi.org/10.12957/revmar.2024.84387