As tecelãs, os tecelões e os ministros do trabalho no Rio de Janeiro entre 1930 e 1937

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2025.82410

Palavras-chave:

Trabalhadores Têxteis, Ministros do Trabalho, Governos Vargas, Rio de Janeiro

Resumo

O artigo procura analisar a relação que se estabeleceu entre os/as trabalhadores/as têxteis do Rio de Janeiro e os Ministros do Trabalho de Getúlio Vargas entre 1930 e 1937. Antes do Estado Novo, período no qual se construiu uma imagem de Vargas como “pai dos pobres” e uma relação de proximidade com a classe trabalhadora, nos primeiros anos da década de 1930, no cotidiano era o Ministro do Trabalho quem intermediava conflitos oriundos da relação capital/trabalho, negociava com grevistas e atuava na construção da legislação trabalhista junto a empregadores e empregados. Nesse artigo, busco argumentar que a classe operária têxtil do Rio de Janeiro construiu uma relação próxima aos Ministros do Trabalho, em parte, por conta da proximidade geográfica que proporcionava que o ministro pudesse ser acionado e consultado com maior frequência.

Biografia do Autor

Isabelle Cristina da Silva Pires, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Pesquisadora em Pós-doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Pós-graduação em História Social, com Bolsa de Pós-Doutorado Junior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Doutora em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; Mestre em História, Política e Bens Culturais pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas; graduada em História pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

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Publicado

2025-05-06

Como Citar

da Silva Pires, I. C. (2025). As tecelãs, os tecelões e os ministros do trabalho no Rio de Janeiro entre 1930 e 1937. Revista Maracanan, (39), 1–23. https://doi.org/10.12957/revmar.2025.82410

Edição

Seção

Artigos