As tecelãs, os tecelões e os ministros do trabalho no Rio de Janeiro entre 1930 e 1937
DOI:
https://doi.org/10.12957/revmar.2025.82410Palavras-chave:
Trabalhadores Têxteis, Ministros do Trabalho, Governos Vargas, Rio de JaneiroResumo
O artigo procura analisar a relação que se estabeleceu entre os/as trabalhadores/as têxteis do Rio de Janeiro e os Ministros do Trabalho de Getúlio Vargas entre 1930 e 1937. Antes do Estado Novo, período no qual se construiu uma imagem de Vargas como “pai dos pobres” e uma relação de proximidade com a classe trabalhadora, nos primeiros anos da década de 1930, no cotidiano era o Ministro do Trabalho quem intermediava conflitos oriundos da relação capital/trabalho, negociava com grevistas e atuava na construção da legislação trabalhista junto a empregadores e empregados. Nesse artigo, busco argumentar que a classe operária têxtil do Rio de Janeiro construiu uma relação próxima aos Ministros do Trabalho, em parte, por conta da proximidade geográfica que proporcionava que o ministro pudesse ser acionado e consultado com maior frequência.
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