Os parlamentos hispano-mapuche no período colonial
um exercício de interpretação histórica à luz da cosmohistória e da cosmopolítica
DOI:
https://doi.org/10.12957/revmar.2024.78301Palavras-chave:
Cosmohistória, Cosmopolítica, Parlamentos Hispano-mapuche, História da América ColonialResumo
Este artigo busca explorar o potencial dos conceitos de cosmohistória e cosmopolítica de promover uma escrita da História da América colonial atenta aos silenciamentos impostos pela modernidade ocidental. Partimos da hipótese de que o regime de historicidade cosmohistórico, proposto pelo historiador mexicano Federico Navarrete Linares, em diálogo com a proposta cosmopolítica da filósofa belga Isabelle Stengers, configura uma alternativa teórico metodológica para pensar a existência de outras narrativas históricas e conferir agência a ontologias comumente invisibilizadas, entre elas as ameríndias. Para possibilitar essa compreensão, nosso argumento será dividido em dois momentos. No primeiro, a partir de um breve estudo de caso dos parlamentos hispano-mapuche no período colonial, faremos um exercício de interpretação da documentação à luz da cosmohistória e da cosmopolítica, de modo a comprovar que o fluxo de interação entre colonizadores espanhóis e indígenas mapuche transcende a relação unidirecional de dominação. No segundo, apresentaremos as vantagens heurísticas da perspectiva cosmohistórica e cosmopolítica, assim como sua capacidade de promoção de relações mais dialógicas e simétricas entre mundos históricos distintos.
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