Os espaços de circulação dos provedores da Misericórdia. Uma análise sobre os locais de atuação dos gestores da caridade no Rio de Janeiro (c. 1640 – c. 1780)

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2023.75425

Palabras clave:

Administração, Instituições, Governança, Nobilitação, Império português.

Resumen

O presente artigo analisa os espaços de atuação, nas esferas política e administrativa, dos indivíduos que atuaram como provedores, entre os anos de 1640 e 1780, na Irmandade de Nossa Senhora da Misericórdia do Rio de Janeiro. Acreditamos que ao olhar além dos muros da confraria, ponto de partida de nossa investigação, poderemos responder quais os motivos que levaram os homens de notada distinção e qualidade optarem por reforçar a sua diferenciação social ao assumir o compromisso com à caridade. Destacamos o artigo em tela desloca o ponto de partida – a partir de um espaço não hegemônicos, o Rio de Janeiro – para compreender as dinâmicas que conectam espaços tão vastos quanto os que constituíram a mundialização ibérica.

Biografía del autor/a

Karoline Marques Machado, Max Planck for Legal History and Legal Theory Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Investigadora de Doutorado no Max Planck for Legal History and Legal Theory. Doutoranda do Programa de Pós-graduação em História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mestre em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro; graduada em História pela Universidade Federal Fluminense. 

Citas

Fontes

Biblioteca Nacional (BN). Projeto Resgate:

Ant. 1795, outubro, 30. AHU_ACL_CU_017, cx. 156, Doc. 11776. http://resgate.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=017_RJ_AV&pagfis=93052.

Ant. 1760, Junho, 12. AHU_ACL_CU_003, Cx. 17, Doc. 1495. http://resgate.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=003_BG_AV&pesq=%22Antônio%20de%20Oliveira%20Durão%22&pagfis=8486.

Ant. 1780, Outubro, 3, Rio de Janeiro. AHU_ACL_CU_017, Cx. 114, Doc. 9385. http://resgate.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=017_RJ_AV&pagfis=71520.

Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT):

ANTT. Registo Geral de Mercês de D. José I, liv. 19, f. 85v. PT/TT/RGM/D/0019/71856.

ANTT. Mesa da Consciência e Ordens, Habilitações para a Ordem de Cristo, Letra D, mç. 13, n.º 36. PT/TT/MCO/A-C/002-004/0013/00036.

ANTT. Registo Geral de Mercês de D. José I, liv. 13, f. 115. PT/TT/RGM/D/0013/67329.

ANTT. Registo Geral de Mercês de D. José I, liv. 18, f. 153. PT/TT/RGM/D/0018/71855.

Bibliografia

BELCHIOR, Elysio de Oliveira. Conquistadores e Povoadores do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Livraria Brasiliana Editora, 1965.

BICALHO, Maria Fernanda Baptista. As Câmaras Municipais no Império Português: o exemplo do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 18, n. 36, 1998. https://www.scielo.br/j/rbh/a/95ghnFfYt3vgPWc95RVPKTR/abstract/?lang=pt

BICALHO, Maria Fernanda Baptista. A cidade e o Império: o Rio de Janeiro no século XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

BOXER, Charles. O Império Marítimo Português (1415-1825). Lisboa: Edições 70, 1981.

CHAKRABARTY, Dipesh. Provicializing Europe. Postocolonial Thought and Historical Difference. Princeton: Princeton University Press, 2000.

CONRAD, Sebastian. Enlightenment in Global History: A Historiographical Critique. In: The American Historical Review, v. 117, n. 4, p. XXII, 999-1027, Oxford University Press, out. 2012.

FLORENTINO, Manolo; FRAGOSO, João. O arcaísmo como projeto: mercado atlântico, sociedade agrária e elite mercantil no Rio de Janeiro (c. 1790-c.1840). Rio de Janeiro: Diadorim, 1993.

FRAGOSO, João Luís Ribeiro. Homens de grossa aventura: acumulação e hierarquia na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790 – 1830). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1992.

FRAGOSO, João Luís Ribeiro. A Nobreza da República: notas sobre a formação da primeira elite senhorial do Rio de Janeiro (séculos XVI e XVII). Topoi, Revista de História, Rio de Janeiro, 7 letras, v. 1, 2000.

FRAGOSO, João Luís Ribeiro; BICALHO, Maria Fernanda; GOUVÊA, Maria de Fátima Silva. Uma leitura do Brasil colonial – bases da materialidade e da governabilidade no Império. Penélope – Revista de História e Ciências Sociais, n. 23, p. 67-88, 2000. https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2655500

FRAGOSO, João Luís Ribeiro; GOUVÊA, Maria de Fátima; BICALHO, Maria Fernanda. O Antigo Regime nos Trópicos: a dinâmica imperial portuguesa (séculos XVI-XVIII). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira: 2001.

FRAGOSO, João Luís Ribeiro. Modelos explicativos da chamada economia colonial e a ideia de Monarquia Pluricontinental: notas de um ensaio. In: História (São Paulo), v. 31, n. 2, jul./dez. 2012. https://www.scielo.br/j/his/a/DLrfw4gfsSvJgCwfbPkyrGK/?lang=pt&format=pdf

GODINHO, V. M. Ensaios II. Sôbre a História de Portugal. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1968.

GOUVÊA, Maria de Fátima Silva. Redes de poder na América Portuguesa: O caso dos homens bons do Rio de Janeiro, ca. 1790-1822. Revista Brasileira História, São Paulo , v. 18, n. 36, p. 297-330, 1998. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01881998000200013&script=sci_arttext.

GOUVÊA, Maria de Fátima Silva. Redes Governativas portuguesas e centralidades régias no mundo português c. 1680-1730. In: FRAGOSO, João; GOUVÊA, M. F. (Orgs.) Na trama das redes: política e negócio no império português, séculos XVI-XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

HEINZ, Flávio. O historiador e as elites – à guisa de introdução. In: HEINZ, Flávio. (Org.). Por uma outra história das elites. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.

HOLANDA, Sergio Buarque. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

MELLO, Evaldo Cabral de. A fronda dos mazombos: nobres contra mascates, Pernambuco, 1666-1715. 3ª ed. São Paulo: Editora 34, 2012.

MONTERIO, Nuno Gonçalo. O Crepúsculo dos Grandes. A Casa e o Patrimônio da Aristocracia em Portugal. 2ª ed. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda (INCM), 2003.

MONTEIRO, Nuno Gonçalo. A tragédia dos Távora. Parentesco, redes de poder e facções políticas na monarquia portuguesa em meados do século XVIII. In: FRAGOSO, João; GOUVÊA, M. F. (Orgs.) Na trama das redes: política e negócio no império português, séculos XVI-XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

PUNTONI, Pedro. “Como coração no meio do corpo”: Salvador capital do Estado do Brasil. In: MELLO E SOUSA, Laura de; FURTADO, Júnia Ferreira; BICALHO, Maria Fernanda (Orgs.). O governo dos povos. São Paulo: Alameda, 2009.

RAJ, Kapil. Relocating Modern Science: Circulation and the Construction of Knowledge in South Asia and Europe, 1650–1900. Delhi: 2006.

REVEL, Jacques. Micro-história, macro-história: o que as variações de escala ajudam a pensar em um mundo globalizado. Revista Brasileira de Educação, v. 15, n. 45, set./ dez. 2010.

RHEINGARTZ, Carlos. Primeiras famílias do Rio de Janeiro (séculos XVI e XVIII). Vol. I e II. Rio de Janeiro: Livraria Brasiliana Editora, 1965.

RUSSEL-WOOD, A. J. R. Fidalgos e Filantropos: a Santa Casa de Misericórdia da Bahia, 1550-1775. Trad. De Sérgio Duarte. Brasília, Editora da Universidade de Brasília, 1981.

RUSSEL-WOOD, A. J. R. Centros e Periferias no Mundo Luso-brasileiro (1500-1808). Trad. Maria de Fátima Silva Gouvêa. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 18, n. 36, 1998b. https://www.scielo.br/j/rbh/a/tPDDY4LGnDvZjJRrshMmtmv/?lang=pt#

RUSSEL-WOOD, A. J. R. Um mundo em movimento. Os portugueses na África, Ásia e América (1415-1808). Lisboa: Difel, 1998a.

SÁ, Isabel dos Guimarães. Portuguese Colonial Charity: The Misericordia of Goa, Bahia and Macao. In: SMITH, Stephan C. A. Halikowski. Reintepreting Indian Ocean Worlds: Essays in Honour of Kirti N. Chaudhuri. Cambridge: Cambridge Scholars Publishing: 2011.

SALGADO, Graça (Coord.). Fiscais e meirinhos: a administração no Brasil colonial. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.

Publicado

2023-09-06

Cómo citar

Marques Machado, K. (2023). Os espaços de circulação dos provedores da Misericórdia. Uma análise sobre os locais de atuação dos gestores da caridade no Rio de Janeiro (c. 1640 – c. 1780). Revista Maracanan, (33), 141–168. https://doi.org/10.12957/revmar.2023.75425