A arte ao serviço do rei: o papel da Arquitetura como parte da defesa e manutenção do reino português no século XVI
DOI:
https://doi.org/10.12957/revmar.2022.59496Palavras-chave:
História da Arte. História da Arquitetura. Arquitetura Militar. Portugal. Século XVI.Resumo
A arquitetura da segunda metade do século XVI em Portugal é envolvida em uma rede de significados políticos, sociais e culturais que caracterizaram a teoria e a prática da construção no território português quinhentista. A arte de projetar e construir estava atrelada ao desenvolvimento territorial e mercantil propiciado pelas navegações, e a segunda metade do século em questão passa a assistir à introdução de novas metodologias em busca da manutenção e proteção dos territórios conquistados durante o auge da expansão portuguesa no governo de D. Manuel (1495-1521). De que forma o ideário da projeção de edificações defensivas desenvolvera-se como parte importante dos planos desenvolvimentistas dos reis portugueses nos Quinhentos? Propõe-se aqui apresentar alguns desses apontamentos acerca da preponderância da arquitetura enquanto parte de uma conjuntura de ações em prol da legitimação e manutenção do reino português durante o movimentado século na história do país.
Referências
BARROCA, Mário Jorge. Tempos de resistência e de inovação: a arquitectura militar portuguesa no reinado de D. Manuel I (1495-1521). PORTVGALIA, v. 24, p. 95–112, 2003.
BILOU, Francisco. Miguel de Arruda, entre Évora e Estremoz. Novos documentos (1532-1562). Boletim do Arquivo Distrital de Évora, v. N.o 3, p.53-57, 2015.
BRANCO, Ricardo Lucas. Baltazar Álvares: “grandissimo arquitecto e traçador”. Lisboa: Canto Redondo, 2021.
BUESCU, Ana Isabel. D. João III e D. Miguel da Silva, bispo de Viseu: novas razões para um ódio velho. Revista de História da Sociedade e da Cultura, v. 10, n. 1, p. 141–168, 2010.
BUENO, Beatriz P. Siqueira. Desenho e desígnio: o Brasil dos engenheiros militares. São Paulo: Edusp, 2000.
CONCEIÇÃO, Margarida Tavares da; A Fortificação no Contexto da Cultura Arquitetónica Portuguesa entre os Séculos XVI e XVIII : uma leitura geral. História da arquitetura - perspetivas temáticas, p. 189–212, 2018.
CONCEIÇÃO, Margarida Tavares da; ARAUJO, Renata Malcher de. Early modern fortification: The Portuguese experience and engineer education. The First World Empire: Portugal, War and Military Revolution. [S.l.]: Taylor and Francis, 2021, p. 34–50. Disponível em: <https://www.taylorfrancis.com/chapters/edit/10.4324/9780429346965-4/early-modern-fortification-margarida-tavares-da-conceição-renata-malcher-de-araujo>.
CORREIA, Jorge. ‘…determino mandar um destes italianos […] para melhor poderdes efectuar essa fortificação’. Estudos Italianos em Portugal, v. 12, p. 149–164, 2017.
CORREIA, Jorge. Mazagão: A última praça Portuguesa no Norte de África. Revista de História da Arte, v. 4, p.185-211, 2007.
DA COSTA, Luís Filipe Guerreiro. Revisitar a Batalha de Alcácer Quibir. Revista e-Strategica - Revista de la Asociación de História Militar (siglos IV-XVI), Múrcia, n. 1, p. 111–159, 2017.
DESWARTE, Sylvie. “Francisco de Holanda ou o Diabo vestido à italiana”. In. Temas Vicentinos. Actas do colóquio em torno da obra de Gil Vicente (Teatro do Bairro Alto, 1988). Lisboa, Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1992, p. 43-72.
FORTES, Manuel de Azevedo. «O »engenheiro portuguez : dividido em dous tratados. Tomo primeyro [-segundo]... obra moderna, e de grande utilidade para os engenheiros, e mais officiaes militares / composta por Manoel de Azevedo Fortes, Academico da Academia Real da Historia Portugueza - Lisboa Occidental : na Officina de Manoel Fernandes da Costa, Impressor do Santo Officio, 1728-1729.
HOLANDA, Francisco de & VASCONCELOS, Joaquim de. Da Fabrica que Falece a Cidade de Lisboa. In. Francisco de Hollanda. Porto: Imprensa Portugueza, 1879, v. 7, p. 1.
KRUGER, Mário (ed. lit.) et al. Na génese das racionalidades modernas II: em torno de Alberti e do Humanismo. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2015.
MACIEL, M. Justino. Vitrúvio. Tratado de Arquitectura. Tradução do Latim, Introdução e Notas. Lisboa, 2006.
MATOS, João Barros. As fortalezas abaluartadas de Mazagão, Ceuta e Diu. Implantação e relação com o território. Lisboa: Comissão Portuguesa de História Militar, 2016, p. 27–39.
MOREIRA, Rafael. A escola de arquitectura do Paço da Ribeira e a Academia de matemáticas de Madrid. en: Dias, Pedro (Org.). As Relações Artísticas entre Portugal e Espanha na Época dos Descobrimentos. Coimbra: Livraria Minerva, 1987.
MOREIRA, Rafael. Arquitetura militar. In: SERRÃO, VITOR (Org.) História da Arte em Portugal : O maneirismo. Lisboa: Publicações Alfa, 1986. p. 140.
MOREIRA, Rafael. Arquitectura: Renascimento e Classicismo. In. PEREIRA, P. (Org.). História da arte portuguesa. Lisboa: Temas e Debates, 1995, v. 2, p. 302-375.
MOREIRA, Rafael & RODRIGUES, Ana Duarte. Tratados de arte em Portugal. Lisboa: Scribe, 2011.
MOREIRA, Rafael. Um tratado português de Arquitectura do século XVI. 1982. Tese (Mestrado) – Universidade Nova de Lisboa, 1982.
AAVV, Colectânea de Estudos - Universo Urbanístico Português, 1415-1822. Comissão N ed. Lisboa: 354-398p, 1998.
PEDRO, Ana Paula Giardini. A ideia de ordem: symmetria e decor nos tratados de Filarete, Francesco Giorgio e Cesare Cesariano. São Paulo: EDUSP, 2014.
PIMENTEL, Luís Serrão. Methodo lusitanico de desenhar as fortificaçoens das praças regulares,[et] irregulares, fortes de campanha, e outras obras pertencentes a architectura militar distribuido em duas partes operativa, e qualificativa.. na impressaõ de Antonio Craesbeeck de Mello. 1680. Disponível em: <https://digitalis-dsp.uc.pt/handle/10316.2/4301>.
RODRIGUES, António, ca 1525?-1590. [Tratado de arquitectura] [1575-1576]. Disponível em: <http://purl.pt/27112>.
SOUSA, Ana Teresa de. O modelo italianizante no Sul de Portugal (século XVI ): o caso do castelo de Vila Viçosa. Revista e-Strategica - Revista de la Asociación de História Militar (siglos IV-XVI), Múrcia, 2017, n. 1, pp. 63-109.
SOUSA, Luís Filipe Guerreiro da Costa. Escrita e prática de guerra em Portugal 1573-1612. 2013. 845 f. Universidade de Lisboa, 2013. Disponível em: http://repositorio.ul.pt/handle/10451/8904
SOUSA VITERBO. Diccionario historico e documental dos architectos, engenheiros e constructores portuguezes ou a serviço de Portugal : Viterbo, Sousa, 1845-1910. Lisboa: Academia das Sciências de Lisboa, 1899, p. 94.
SOUZA, Maria Luiza Zanatta de. D. Miguel da Silva, bispo de Viseu e o seu destacado papel na eclosão de um novo repertório artístico e cultural renascentista em Portugal em meados do século XVI. Revista Diálogos Mediterrânicos, v. 0, n. 8, p. 151-173–173, 2015.
SOUZA, Maria Luiza Zanatta de. A Viagem de Francisco de Holanda (c.1538-1540). Revista Diálogos Mediterrânicos, v. 0, n. 15, p. 11–30, 2018.
TAVARES, Domingos & XAVIER, João Pedro. António Rodrigues: renascimento em Portugal. Porto: Dafne, 2007.
TAVARES, Margarida. A Fortificação no Contexto da Cultura Arquitetónica Portuguesa entre os Séculos XVI e XVIII : uma leitura geral. História da arquitetura - perspetivas temáticas, p. 189–212, 2018.
TEIXEIRA, Manuel C. & VALLA, Margarida. O urbanismo português: séculos XIII-XVIII. Lisboa: Livros Horizonte, 1999.
XAVIER, João Pedro. António Rodrigues, a Portuguese Architect with a Scientific Inclination. In: WILLIAMS, KIM; OSTWALD, MICHAEL J (Org.). Architecture and Mathematics from Antiquity to the Future: Volume II: The 1500s to the Future. Cham: Springer International Publishing, 2015. p. 165–181. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/978-3-319-00143-2_11>.
XAVIER, Joao Pedro. Sobre as origens da perspectiva em Portugal: o “Liuro de Prespectiua” do códice 3675 da Biblioteca Nacional, un tratado de arquitectura do século XVI. 584 p. f. Universidade do Porto, 2006.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à Revista Maracanan o direito de publicação, sob uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, a qual permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.
Os dados e conceitos abordados são da exclusiva responsabilidade do autor.
A Revista Maracanan está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.