Notas sobre a História Trágico-Marítima (1735-1736), de Bernardo Gomes de Brito

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2021.58681

Resumo

O artigo analisa os fundamentos retórico-históricos da História Trágico-Marítima, coletânea com doze relatos de naufrágio escritos entre os séculos XVI e XVII. O livro foi organizado por Bernardo Gomes de Brito e editado em dois tomos (1735-1736) sob amparo da Academia Real da História Portuguesa. Pretende-se, em linhas gerais, compreender os sentidos do gênero histórico e a concepção de trágico em um texto que se ampara em uma concepção providencialista de tempo, ou seja, que desconhece as prerrogativas românticas, expressivas e psicologizantes que tendem a naturalizar e/ou autonomizar categorias como autor, literatura, história e pessimismo.

Biografia do Autor

Cleber Vinicius do Amaral Felipe, Universidade Federal de Uberlândia

Professor do Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia

Referências

BLUTEAU, Raphael. Vocabulario portuguez & latino: aulico, anatomico, architectonico... Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1712-1728.

BRITO, Bernardo Gomes de. História Trágico-Marítima. Em que fe efcrevem chronologicamente os Naufragios que tiveraõ as Naos de Portugal, depois que fe poz em exercicio a Navegaçaõ da India. Tomo primeiro. Lisboa Ocidental: Officina da Congregação do Oratório, 1735.

BRITO, Bernardo Gomes de. História Trágico-Marítima. Em que fe efcrevem chronologicamente os Naufragios que tiveraõ as Naos de Portugal, depois que fe poz em exercicio a Navegaçaõ da India. Tomo segundo. Lisboa Ocidental: Officina da Congregação do Oratório, 1736.

BRITO, Bernardo Gomes de. História Trágico-Marítima. Rio de Janeiro: Lacerda Editores, 1998.

Coleção dos documentos, estatutos e memórias da Academia Real da História Portuguesa... História da Historiografia, Ouro Preto, n. 03, 2009, p. 216-235.

FELIPE, Cleber Vinicius do Amaral. Retórica do naufrágio. História Revista, Goiânia, v. 23, n. 3, p. 26-44, set./dez. 2018.

HANSEN, João Adolfo. A sátira e o engenho: Gregório de Matos e a Bahia do século XVII, São Paulo: Ateliê Editorial, Campinas: Editora da Unicamp, 2004.

HANSEN, João Adolfo. Barroco, Neobarroco e Outras Ruínas. Floema Especial (UESB), ano II, n. 2, 2006.

JASMIN, Marcelo Gantus. Alexis de Tocqueville: a historiografia como ciência da política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

LANCIANI, G. Os relatos de naufrágios na literatura portuguesa dos séculos XVI e XVII. Portugal: Instituto de Cultura Portuguesa, 1979.

MACHADO, Diogo Barbosa. Bibliotheca Lusitana, Historica, Critica, e Cronologica... Tomo I. Lisboa: Oficina de Antonio Isidoro da Fonseca, 1741.

MONIZ, António Manuel de Andrade. A História Trágico-Marítima: Identidade e Condição Humana. Lisboa: Edições Colibri, 2001.

PERES, Damião (org.). Viagens e naufrágios célebres dos séculos XVI, XVII e XVIII, vol. 1. Porto: Tipografia e Encadernação Alberto de Oliveira, 1937.

SILVA, Manoel Telles da. História da Academia Real da História Portugueza. Lisboa: Officina de Joseph Antonio Sylva, 1727.

SINKEVISQUE, Eduardo. Usos da ecfrase no gênero histórico seiscentista. História da Historiografia, Ouro Preto, n. 12, 2013, p. 45-62.

VIEIRA, Antônio. As lágrimas de Heráclito. Fixação de textos, introdução e notas de Sônia N. Salomão. São Paulo: Editora 34, 2001.

VIRGÍLIO. Eneida de Virgílio. Tradução de José Victorino Barreto Feio e José Maria da Costa e Silva. São Paulo: Martins Fontes, 2004, livro décimo segundo.

VOIGT, Lisa. Naufrágio, cativeiro, e relações ibéricas: a História trágico-marítima num contexto comparativo. Varia Historia, Belo Horizonte, v. 24, n. 39, 2008, p. 201-226.

Downloads

Publicado

2021-11-17

Como Citar

Felipe, C. V. do A. (2021). Notas sobre a História Trágico-Marítima (1735-1736), de Bernardo Gomes de Brito. Revista Maracanan, (28), 173–191. https://doi.org/10.12957/revmar.2021.58681