Entre a revolução e a barbárie: a matriz durkheimiana de estabilização política em Da divisão social do trabalho (1893-2008)
DOI:
https://doi.org/10.12957/revmar.2021.56919Palavras-chave:
estabilização política, coesão social, Da divisão social do trabalho, Émile DurkheimResumo
O presente artigo versa sobre elementos políticos em Da divisão social do trabalho, obra de um dos pais da sociologia, Émile Durkheim. Destaco a preocupação com a definição de funções sociais para a divisão do trabalho. O respeito às hierarquias resultantes da especialização dos ofícios se desdobraria, para o autor, no estágio normal de funcionamento em sociedades de solidariedade orgânica, o que não é mais do que afirmar o caráter sacrossanto da divisão de classes sociais. Na segunda parte do artigo, observaremos como esta teoria foi instrumentalizada para a definição de um conjunto de políticas devotadas a garantirem a estabilização política em época de acirramento das contradições no capitalismo. Sobretudo desde os anos 1990, think tanks europeus aplicam receituários baseados na idealização de uma sociedade coesa. O sucesso relativo da empreitada estimulou que organizações similares fizessem o mesmo na América Latina, incluindo a Comissão Econômica Para a América Latina, que tem intermediado as trocas de tecnologias políticas entre entidades burguesas do novo e do velho mundos.
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